Espaços de recobro e recuperação por excelência, tomamos por garantido que os hotéis de luxo nos proporcionem do melhor que há no mundo para oferecer. Mas será que é o caso no que toca à qualidade do ar? Não, segundo Beth McGroarty.

Ao The New York Times, a diretora de investigação do The Global Wellness Institute - ONG dedicada à indústria do bem-estar - comentou que “a qualidade do ar interior pode ser péssima” nos hotéis. Como tal, há cada vez mais cadeias “a combater isto ao instalar sistemas high-tech em alguns dos seus quartos para melhorar o ar que os seus hóspedes respiram”, até porque, defende McGroarty, este será mais um elemento diferenciador numa indústria altamente competitiva.

Esta lufada de ar fresco já começou a chegar a cadeias hoteleiras como a MarriottHampton InnEmbassy Suites ou a Hyatt através dos préstimos da Pure Wellness, empresa que criou o conceito de “Pure Rooms”. Para além de ter purificadores de ar, cada um destes quartos é alvo de várias técnicas avançadas de limpeza para garantir que não crescem fungos, bactérias ou mofo nas suas superfícies.

Outra responsável por tornar os quartos de hotéis de cadeias como a Wyndham ou a MGM Grand mais respiráveis é a Delos. Dentro das suas ofertas de bem-estar nos seus quartos “Stay Well” — que incluem desde luzes dinâmicas para mitigar o jet-lag até insonorização — estão filtros de ar montados nas paredes.

Com sistemas como estes, os hóspedes vão sentir leveza, não só no ar, como também nas carteiras, já que esta funcionalidade acrescida resulta num aumento de 5 a 7% no preço da estadia.

Pode achar-se algo descabido e supérfluo pagar mais por melhor ar, mas os dados da Organização Mundial de Saúde demonstram que essa é uma preocupação que vale a pena ter em mente. O órgão tem relatórios que demonstram que 90% do mundo vive com ar poluído — responsável por quase sete milhões de mortes prematuras, 600 mil delas infantis, por ano e até por nos estupidificar — e alguns dos destinos urbanos mais procurados estão no topo da lista.

É por isso que a implementação de sistemas de purificação de ar tem sido especialmente premente em lugares como Nova Deli, na Índia ou Xangai, na China. Na capital indiana, o The Oberoi reabriu após renovação não só com filtros em todos os quartos, como também no edifício, para controlar a entrada do ar. Já na metrópole chinesa, o Cordis Hongqiao, aberto ao público em maio de 2018, adotou medidas semelhantes, passando a ter uma qualidade de ar quase 10 vezes maior do que na rua.


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