O primeiro-ministro, António Costa, anunciou hoje o pagamento de uma prestação extraordinária de 240 euros para um milhão de famílias que recebem prestações mínimas ou que beneficiem da tarifa social da energia.

A medida será aprovada em Conselho de Ministros na quinta-feira e foi anunciada durante uma entrevista à revista Visão, que será divulgada na íntegra, também, na quinta-feira.

O que disse exatamente o primeiro-ministro?

“Esta semana, o Conselho de Ministros vai aprovar um outro aumento, para as famílias mais vulneráveis, de uma prestação extraordinária de 240 euros, que corresponde a um esforço muito grande, tendo em conta aquilo que foi a evolução da inflação neste segundo semestre”, revelou o chefe do Governo à Visão.

“A inflação é muito desigualitária nos seus efeitos”, argumentou o líder do executivo, salientando que “os preços têm subido para todos”, mas nem todos têm “a mesma capacidade de acomodar a subida dos preços”.

Quem é que é abrangido por este subsídio extraordinário?

Este novo apoio extraordinário abrange o mesmo universo de pessoas que já foram contempladas em duas prestações extraordinárias, este ano, em duas tranches de 60 euros cada, no final dos primeiro e segundo trimestres, acrescenta a Visão no artigo que acompanha o trecho da entrevista hoje revelado.

Trata-se dos cidadãos abrangidos pela tarifa especial de eletricidade ou por prestações mínimas, sendo consideradas prestações sociais mínimas o complemento solidário para idosos, o rendimento social de inserção, a pensão social de invalidez do regime especial de proteção na invalidez, o complemento da prestação social para a inclusão, a pensão social de velhice e o subsídio social de desemprego.

Quando é que este subsídio vai chegar aos bolsos das famílias?

De acordo com António Costa, este apoio começa a ser pago no dia 23 de dezembro, até ao final do ano.

Quando é que se conhecerão todos os detalhes acerca deste subsídio?

Na quinta-feira, após aprovação da distribuição do valor por estas famílias, deverão ser conhecidos todos os detalhes que envolvem esta medida de apoio à população.

Como reagiu a oposição ao Governo perante este anúncio?

  • Iniciativa Liberal

A IL defendeu que ao existir um milhão de famílias vulneráveis a necessitar de um novo apoio extraordinário “revela um falhanço total das medidas económicas e sociais” que o PS tem adotado, considerando “absolutamente lamentável” esta “pobreza recorrente e persistente”.

  • Chega

O presidente do Chega considerou positivo o apoio extraordinário de 240 euros para um milhão de famílias, anunciado hoje pelo primeiro-ministro, mas defendeu que a "classe média" também deve ser contemplada.

  • Bloco de Esquerda

O Bloco de Esquerda acusou o Governo de optar por uma “política de apoios para rejeitar o essencial”, defendendo que com a valorização das pensões e dos salários se protegem as famílias dos efeitos da inflação.

  • PCP

O PCP alertou que a inflação “não é problema de um único mês” e apelou ao Governo que tome medidas estruturais como o aumento dos salários e a fixação de preços de bens e serviços essenciais.

  • PSD

O líder do PSD, Luís Montenegro, congratulou-se com o anúncio do primeiro-ministro do pagamento de uma prestação extraordinária de 240 euros aos mais desfavorecidos, considerando que vem “dar razão àquilo que o PSD disse há meio ano”.

  • PAN

O PAN considerou que, apesar de a nova prestação extraordinária de 240 euros para famílias vulneráveis ser significativa, esta “não tem um caráter estrutural e mais prolongado” como era necessário, defendendo que “é preciso ir mais longe” nas medidas.