Segundo a organização não-governamental (ONG), o regime comunista aumentou a repressão após uma operação policial em Dong Tam, uma cidade nos arredores de Hanói, onde os residentes mantêm uma longa disputa com a Viettel, a mais poderosa empresa de telecomunicações do país.
“O Vietname está a transformar as redes sociais, especialmente o Facebook, numa arma para perseguir aqueles que dizem o que pensam”, disse o diretor regional da Amnistia Internacional, Nicholas Bequelin, em comunicado.
Na última semana, três ativistas foram detidos na sequência de comentários publicados nas redes sociais, dezenas de contas de utilizadores do Facebook foram bloqueadas e o canal da Radio Free Asia no YouTube foi proibido de publicar vídeos durante uma semana, segundo a ONG.
A Amnistia Internacional pediu às empresas norte-americanas que não sejam “cúmplices das autoridades”, depois do Ministro da Informação vietnamita ter apelado ao YouTube e à Google para acederem rapidamente às suas exigências.
Os distúrbios na semana passada em Dong Tam resultaram na morte de um civil e três polícias. Trinta pessoas foram detidas.
Em abril de 2017, dezenas de moradores da mesma aldeia amotinaram-se e mantiveram 38 polícias reféns durante vários dias, em protesto contra a expropriação de terras em favor da empresa de telecomunicações Viettel.
As disputas de terras são um dos poucos focos de conflitos violentos no Vietname, um país controlado pelo Partido Comunista, no poder desde 1975.
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