Na entrevista, Obama também referiu a América Latina, ao afirmar que Washington entrou numa nova era de relações mais estreitas com a região, graças à política de abertura a Cuba.
Na Europa, "alguns países europeus adotaram uma estratégia económica diferente", destacou Obama. "Na minha opinião tem sido um fator importante das frustrações e inquietações visíveis em muitos países europeus, a preocupação de que os benefícios da integração das economias e a globalização não chegam a todos, aqui", disse.
A Espanha tem um índice de desemprego de 21% após anos de duras medidas de austeridade. O défice público atingiu 5,1% do PIB em 2015. Em contraste, nos Estados Unidos o desemprego é de 4,9% e o défice está abaixo dos 3%. "A Espanha, sem dúvida, teve uma trajetória especialmente difícil nos últimos anos", disse Obama, antes de destacar que o país "superou uma etapa e a sua economia está a voltar a crescer, com uma das maiores taxas de crescimento da Europa".
"Continuarei a defender políticas que pensem nas pessoas, estimulem o crescimento e criem empregos", disse o presidente americano, que na visita de menos de 24 horas a Espanha se reunirá com o rei Felipe VI, o chefe de Governo Mariano Rajoy e líderes da oposição. "Os governos e as instituições da UE devem demonstrar que estão em contato com as preocupações diárias dos cidadãos", afirmou Obama.
Ao ser questionado sobre a América Latina, o presidente afirmou que superar o obstáculo da inimizade com Cuba, com a política de abertura iniciada em dezembro de 2014, permitiu a Washington estar "muito mais envolvido na região do que nas últimas décadas". "A relação entre os Estados Unidos e as Américas é melhor do que nunca", disse. Obama insistiu na necessidade de um "diálogo substancial" entre governo e oposição na Venezuela. Caracas deve reconhecer a autoridade do Parlamento, libertar os presos políticos e respeitar "as tentativas legítimas" da oposição de convocar um referendo revogatório sobre o mandato de Nicolás Maduro, disse.
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