Numa publicação na sua página de Internet, o município explicou que os vestígios arqueológicos foram detetados durante trabalhos de remodelação do sistema de drenagem de águas residuais na vila, que obrigam a acompanhamento arqueológico.
“Foram descobertas 13 sepulturas de uma necrópole, até ao momento desconhecida”, no âmbito deste acompanhamento, num troço da Avenida Doutor João Pestana, pode ler-se na informação do município.
A empresa Águas do Alto Alentejo, responsável pela empreitada, contratou a antropóloga Liliana Carvalho para proceder à escavação, exumação e estudo dos restos humanos, acrescentou a câmara.
Das 13 sepulturas identificadas, “apenas seis vão ser parcialmente intervencionadas”, uma vez que “não se conservaram na totalidade”, estando prevista para sexta-feira a conclusão destes trabalhos.
Até ao momento, foi escavava uma sepultura, da qual “foi exumada uma mulher” que, quando morreu, teria “entre os 18 e os 20 anos”, indicou.
“Todo o material osteológico humano recolhido na intervenção será depositado no Laboratório de Antropologia da Câmara Municipal de Alter do Chão”, referiu o município.
De acordo com a autarquia, existe a possibilidade de as sepulturas em causa pertencerem à necrópole romana de “Abelterium”, o que torna “particularmente relevantes” os trabalhos arqueológicos e antropológicos em curso.
A confirmar-se esta hipótese, será a “maior descoberta” arqueológica feita no concelho, desde que foi encontrado o “mosaico de Alexandre, o Grande”, na Casa da Medusa, em 2007.
“Esta descoberta, de impacto nacional, uma vez que o local de sepultamento da população romana não era conhecido, dará um enorme contributo para o conhecimento dos habitantes de ‘Abelterium’”, argumentou.
Em maio de 2010, o Município de Alter do Chão inaugurou o espaço das ruínas romanas de “Abelterium”, também conhecido por Estação Arqueológica de Ferragial d´El Rei, espaço classificado como Imóvel de Interesse Público, em 1982.
Esta estação arqueológica é propriedade do Estado e encontra-se sob a tutela da câmara.
Os primeiros vestígios arqueológicos foram descobertos em 1954, durante os trabalhos de construção do Campo de Futebol Municipal.
Desde essa data, as intervenções arqueológicas colocaram a descoberto parte de um edifício termal, uma casa romana e uma necrópole datada da Antiguidade Tardia.
Contudo, estas estruturas representam apenas uma pequena parte do aglomerado urbano de "Abelterium".
Apesar de não ser conhecida a data da sua fundação, nem o seu estatuto jurídico-administrativo, seria o centro aglutinador de um território polvilhado por uma intensa rede viária e por povoamento rural.
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