António Saraiva reagia assim, em declarações aos jornalistas à entrada para a Concertação Social, à proposta do Bloco de Esquerda sobre a disparidade salarial nas empresas.
“Percebo a preocupação”, começou por dizer o presidente da CIP, defendendo que há “desajustamentos” que devem ser tratados a nível “ético, moral, da sociedade em geral”. Porém, “o Estado não tem de se imiscuir nos salários das privadas porque dessas tratam os acionistas e os donos das empresas”.
“Os salários da privada são definidos ou por comissões de remunerações ou por acionistas ou donos das empresas”, reforçou António Saraiva, acrescentando que, em Portugal, há apenas “meia dúzia de casos onde isso pode ocorrer”.
“Um jogador de futebol pode ganhar mil vezes o que ganha o homem que trata da roupa do clube ou da relva, isso ninguém se choca porque futebol gera paixões e fica isento dessa análise”, ao contrário das empresas privadas que são alvo de “populismos baratos”, sublinhou o presidente da CIP.
Sobre o próximo Orçamento do Estado, António Saraiva voltou a afirmar que a CIP pretende “estabilidade fiscal” para as empresas e que será essa a mensagem que irá transmitir na Concertação Social ao ministro das Finanças, Mário Centeno.
O Governo e os parceiros sociais estão reunidos esta tarde na Concertação Social para discutirem as orientações políticas sobre o Orçamento do Estado do próximo ano.
A reunião plenária da Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS) foi convocada pelo ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José Vieira da Silva, e tem como ordem de trabalhos as "grandes orientações políticas sobre matéria orçamental".
A reunião ocorre a cerca de duas semanas do prazo de entrega na Assembleia da República da proposta do Governo sobre o Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), que terá de acontecer até 15 de outubro.
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