“Senhoras e senhores deputados, permitam-me citar sua excelência, o Presidente da República: Este orçamento segue a única estratégia possível. E, pedindo permissão, acrescentar: e é mesmo um bom orçamento”, declarou João Galamba.

Uma frase que o ministro das Infraestruturas apenas conseguiu completar à terceira tentativa, depois de várias interrupções causadas por protestos de deputados, sobretudo do Chega, e da intervenção do presidente da Assembleia da Republica, Augusto Santos Silva.

No passado dia 11 de outubro, em declarações aos jornalistas na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que a estratégia orçamental seguida pelo Governo é "porventura a única possível", de aposta no consumo interno, face à conjuntura externa de desaceleração económica.

Para o ministro das Infraestruturas, a estratégia orçamental definida pelo Governo “dá uma resposta global, e a resposta possível, aos diferentes desafios” que o país enfrenta.

“Pela primeira vez, desde 2009, as previsões colocam a dívida pública portuguesa abaixo dos 100% do PIB. É mais uma prova clara e inequívoca do compromisso deste Governo com as contas certas e com a responsabilidade orçamental, bem como o reconhecimento – interno e externo - da credibilidade desse compromisso e das políticas que têm sido implementadas”, sustentou o membro do executivo, num discurso longo que foi aplaudido de pé pelos deputados do PS.

João Galamba defendeu que as contas certas “não são um fim em si mesmo, mas o instrumento que permite, de forma gradual e consistente, sem retrocessos, cumprir uma agenda de recuperação e aumento de rendimentos, seja por via dos salários e pensões, seja por via dos impostos sobre o rendimento, e de recuperação e aumento do investimento com o objetivo de construir um país melhor, mais justo, mais competitivo”.

“É importante reforçar a ideia de que se não tivéssemos feito este esforço de redução da dívida e nos mantivéssemos no nível de 2015, isso significava que teríamos um encargo adicional com juros de 2.300 milhões de euros em cada orçamento, obrigando cada português a pagar mais 230 euros por ano. Esta poupança é o que nos permite aplicar medidas como o aumento das pensões e a redução do IRS e, por isso, era importante que os partidos à esquerda e à direita explicassem aos portugueses como iriam implementar as medidas que apregoam, sem colocar em causa o futuro de todos nós”, completou.

Perante os deputados, João Galamba visou o PSD em várias passagens da sua intervenção, tal como a linha fiscal seguida pela Iniciativa Liberal.

“Não fazemos o impossível, mas temos feito o que muitos diziam e dizem ser impossível. Deve ser por isso que o PSD fala em pecado. Aos argumentos de um PSD em desnorte, que promete tudo a todos, somos sérios na ambição e respondemos com determinação, acrescentando ao muito que já foi feito, o muito que, certamente, ainda falta fazer”, sustentou.

De acordo com o sucessor de Pedro Nuno Santos na pasta das Infraestruturas, “ao contrário da oposição, que dispara para todos os lados, promete tudo a todos, este é um orçamento responsável, mas ambicioso, que vem ao encontro das necessidades das famílias, das empresas, das necessidades presentes e futuras do país”.

“Um orçamento de melhoria de rendimentos e redução de impostos, um orçamento de obra, investimentos e planeamento. Este é o Orçamento de que o país precisa. Um orçamento que aumenta os rendimentos, promove o investimento e garante o futuro”, acrescentou.