“O ritmo lento da vacinação prolonga a pandemia”, lamentou o braço europeu da organização das Nações Unidas, sublinhando que o número de novos casos na Europa aumentou fortemente nas últimas cinco semanas.

“As vacinas são a nossa melhor saída para a pandemia. Não só funcionam, mas também são muito eficazes na limitação de infeções. No entanto, a aplicação dessas vacinas está a decorrer a uma lentidão inaceitável”, disse o diretor da OMS Europa, Hans Kluge, citado num comunicado de imprensa.

"Precisamos acelerar o processo aumentando a produção, reduzindo as barreiras à entrega da vacina e usando qualquer dose que tivermos em ‘stock’", disse Kluge.

“Atualmente, a situação regional é a mais preocupante que temos observado há vários meses”, disse o responsável.

Mais restrições

"Muitos países estão a introduzir novas medidas (de combate à pandemia) que são necessárias e todos devem segui-las tanto quanto possível", acrescentou Nitzan.

Na sua opinião, também existem “riscos associados” ao “aumento da mobilidade” e às reuniões nestes feriados da Páscoa.
Numa nota, do seu escritório europeu, a OMS também chamou de “inaceitavelmente” lento o ritmo da campanha de vacinação no continente.

De acordo com dados da OMS, na semana passada foram registados 1,6 milhão de novos casos e quase 24 mil mortes no continente, em comparação com menos de um milhão de há cinco semanas.

Um total de 27 países europeus aplicam atualmente restrições de intensidade variável, dos quais 21 impuseram recolher obrigatório. Nas últimas duas semanas, 23 Estados endureceram as medidas para conter a propagação da pandemia, enquanto 13 abrandaram as restrições.

Segundo o diretor regional da OMS para a Europa, Hans Henri Kluge, "agora não é hora de relaxar".

"Não podemos ignorar o perigo. Todos temos que fazer sacrifícios, não podemos permitir que a exaustão nos derrote. Devemos continuar a conter o vírus", disse Kluge.

Na sua opinião, na situação atual, a “ação rápida” e a implementação de “medidas sociais e de saúde pública” são necessárias até que avance a campanha de vacinação.

A OMS considerou que os encerramentos da vida pública e da atividade económica deveriam ser usados "enquanto a doença exceder a capacidade dos serviços de saúde para cuidar adequadamente dos pacientes e para acelerar a provisão dos sistemas de saúde locais e nacionais".

A OMS acrescentou que os casos estão a aumentar em todas as faixas etárias, exceto naqueles com mais de 80 anos, que em sua opinião mostram "os primeiros sinais do impacto da vacinação".