Vítor Marques, responsável pela Proteção Civil nesse município do distrito de Aveiro, justificou a operação de vigilância com as toneladas de papel que se mantêm no local e que podem eventualmente reacender, na sequência do "cenário dantesco" que, após as 22:00 de segunda-feira, tomou aquela unidade da freguesia de Rio Meão.
"Acabou por correr tudo bem devido ao reforço distrital de bombeiros e à intervenção da GNR, mas a carga térmica no local era muito grande e, como há lá bobinas com 2.000 ou 2.500 quilos de papel, as operações de rescaldo ainda devem durar alguns dias, para evitar reacendimentos", declara o vereador à Lusa, sobre o incêndio dominado ao início da madrugada.
A elevada carga térmica gerada pelo fogo num armazém com toneladas de papel obrigou à intervenção de 150 bombeiros e 150 viaturas de socorro, levando a GNR a cortar estradas e a evacuar várias habitações na envolvente, para precaver a segurança de cerca de 200 moradores com residência entre a fábrica sinistrada, uma outra de cortiça, o depósito de combustível de uma terceira unidade e ainda uma área de mato.
O prejuízo resultante da situação "deve ser considerável", mas o vereador realçou que "a zona de produção da fábrica não foi afetada", pelo que, embora antecipando "alguns dias de paragem" na atividade na Zarrinha, acredita que, com a cobertura das seguradoras, "a empresa deve continuar em atividade e manter os seus trabalhadores" - que serão cerca de "200, distribuídos por três turnos rotativos, em regime de laboração contínua".
Esta manhã, alguns funcionários deslocaram-se às instalações para dar início a uma jornada normal de trabalho, mas foram enviados para casa com a indicação de que seriam depois informados da data para retomarem de funções.
"Mas às 06:00 [o armazém] ainda continuava a arder", referiu um desses operários.
As causas do incêndio ainda não foram determinadas, mas Vítor Marques afirmou que uma hipótese equacionada "é a de o fogo ter tido origem numa máquina", realçando, contudo, que tal "ainda não pode ser confirmado nesta altura".
Além da fábrica afetada pelo fogo, o Grupo Zarrinha integra também a Sociedade Transformadora de Papeis Vouga Lda., em São Paio de Oleiros, e a empresa Oliveira Santos & Irmão Lda., em Paços de Brandão, ambas no concelho da Feira e em funcionamento.
A Lusa contactou as três empresas, mas nenhum administrador esteve ainda disponível para adiantar o valor estimado de prejuízos ou uma data para reinício da atividade normal na Zarrinha.
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