“Bom dia ao Parlamento Europeu!”, escreveu Orbán na sua conta da rede social Twitter.

“Lá, eles disseram que estavam profundamente preocupados com a corrupção na Hungria”, ironizou, numa mensagem acompanhada de uma foto de 1981 na qual se vê os ex-presidentes dos Estados Unidos Ronald Reagan e George Bush a rir às gargalhadas.

Este remoque do dirigente nacionalista surge numa altura em que a Hungria está sob ameaça da congelamento de vários milhares de milhões de euros de fundos da União Europeia (UE), por as reformas destinadas a reforçar o combate à corrupção no país da Europa central serem consideradas insuficientes pelas instituições europeias.

O Parlamento Europeu tem estado na linha da frente das críticas à Hungria, apelando regularmente à Comissão para se manter firme em relação a Budapeste nessa matéria.

Neste contexto, Bruxelas manteve na sexta-feira a sua recomendação de bloquear o envio de 7,5 mil milhões de fundos à Hungria. Caberá agora aos Estados-membros da UE pronunciar-se até 19 de dezembro para validar tal proposta, rejeitá-la ou alterar o respetivo montante.

O executivo europeu, que ainda há algumas semanas parecia privilegiar uma abordagem conciliatória em relação à Hungria, cedeu à “enorme pressão política” do Parlamento de Estrasburgo, que recentemente considerou insuficientes as medidas do Governo Orbán em relação ao combate à corrupção e à independência do poder judicial.

Por isso, Budapeste regozijou-se agora com as notícias do último fim de semana, segundo as quais a vice-presidente do PE, a socialista grega Eva Kaili, foi indiciada por “corrupção” e detida no domingo em Bruxelas, no âmbito da investigação de um juiz belga sobre avultados pagamentos efetuados pelo Qatar para influenciar decisões.

“Em resumo, o grupo da Aliança Progressista anda há anos a inventar mentiras sobre a corrupção na Hungria, e agora a sua figura de proa (…) está envolvida no maior escândalo da história da UE”, comentou no Twitter um eurodeputado do partido de Orbán, Balazs Hidveghi.

“Um belo exemplo de hipocrisia”, observou o membro húngaro do Parlamento Europeu.

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