Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no final da homilia exequial presidida pelo cardeal-patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, e que encheu por completo a igreja do Campo Grande, em Lisboa, numa despedida a Feytor-Pinto, que morreu na quarta-feira, ao 89 anos.

“O padre Vítor Feytor-Pinto foi um dos vultos, das personalidades na Igreja Católica que mais acompanhou a viragem da igreja do passado para a nova mensagem do Vaticano II “, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

Segundo o chefe de Estado, nos anos 60, no regime anterior, Feytor-Pinto lançou um movimento por um mundo melhor, enchia o pavilhão dos desportos a pregava a uma abertura da igreja à sociedade, à saúde, à educação, à justiça, à igualdade e à solidariedade social.

“Começou aí um percurso que durou meio século e esteve presente em tudo. Nesse sentido, foi das figuras mais importantes da igreja, na viragem da igreja e da abertura à sociedade e da mudança da sociedade portuguesa”, disse acrescentando que “é por isso que o cardeal-patriarca e bispos um pouco de todo o país reconhecem o papel único que teve para Portugal e não apenas para a Igreja”.

O padre Vítor Feytor-Pinto foi responsável pela paróquia do Campo Grande, no Patriarcado de Lisboa, onde hoje foi homenageado, coordenando, durante vários anos, a Pastoral da Saúde em Portugal.

Foi Assistente Nacional e Diocesano da Associação Católica de Enfermeiros e Profissionais de Saúde (ACEPS), Assistente Diocesano dos Médicos Católicos e Assistente Diocesano da Associação Mundial da Federação dos Médicos Católicos (AMCP), para além de ter sido fundador do Movimento de Defesa da Vida, em Lisboa.

Vitor Francisco Xavier Feytor-Pinto nasceu em 06 de março de 1932, na freguesia de Santo António dos Olivais, em Coimbra. Aos 10 anos ingressou no Seminário do Fundão e aos 23 anos foi ordenado sacerdote na Guarda.

Mestre em Bioética e licenciado em Teologia Sistemática, foi admitido em novembro de 2005 pelo papa Bento XVI entre os membros da Família Pontifícia, nomeando-o seu capelão, com o título de Monsenhor.

“A Vida é sempre um valor”, “100 entradas para um mundo melhor” e “A palavra vivida” são alguns dos livros escritos pelo padre Vitor Feytor-Pinto.

O padre Feytor-Pinto foi também membro do Conselho Pontifício para os Profissionais da Saúde e do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida.

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