“A notícia é boa, é um passo importante porque andávamos aqui num impasse. O Governo dizia hoje uma coisa e amanhã outra”, afirmou à Lusa o porta-voz da APOHSJ – Associação Pediátrica Oncológica, Jorge Pires.
Na terça-feira, o parlamento aprovou por unanimidade a proposta de alteração do PS ao Orçamento do Estado para 2019 (OE2019) que prevê a possibilidade de recurso ao ajuste direto para a construção do Centro Pediátrico do Centro Hospitalar Universitário de São João.
Hoje, em declarações aos jornalistas, o diretor clínico do Centro Hospitalar mostrou-se “muito satisfeito” pela decisão do Governo, prevendo que as obras arranquem já em 2019 e estejam concluídas em 2021.
“A nossa expectativa é que, com base na dispensa do visto prévio do Tribunal de Contas e na possibilidade de simplificação do processo através da autorização do ajuste direto, ainda em 2019 arranquem as obras, o que quererá dizer que num tempo mínimo de construção de dois anos no final de 2021 teremos a ala pediátrica nas suas instalações definitivas”, disse José Artur Paiva.
Jorge Pires, satisfeito pela unanimidade do Parlamento em torno da “urgência” desta obra, recordou que o procedimento por ajuste direto é o passo fundamental para se avançar “rapidamente” com a construção da ala pediátrica.
“É um passo importante, mas não é a resolução do problema todo porque o Governo já nos tem habituado a anunciar a obra, lançar a primeira pedra e depois para tudo, não há obra nenhuma”, reclamou.
O líder da associação disse que o próximo passo é saber como vai ser financiada a obra e, em paralelo, trabalhar com as pessoas com quem o Estado firmou protocolos.
“Temos aqui um trabalho de bastidores e de diplomacia a fazer, temos de juntar as pessoas e lutar pelo bem da comunidade para que nada possa atrasar a obra”, entendeu.
“Felizmente”, disse Jorge Pires, todo o país já sente esta obra como sendo uma “autêntica vergonha”, tornando-se uma “causa nacional”.
Falando num “dia histórico”, o deputado do PS Fernando Jesus, que a 18 de outubro tinha levado o tema à Assembleia da República, lembrou serem “poucas as vezes” em que o parlamento é unânime quanto a uma questão.
“Os deputados deram o exemplo, puseram de lado as suas divergências e juntos puseram-se de acordo quanto a um projeto tão urgente como o é a ala pediátrica”, ressalvou.
Dizendo que a obra vai devolver a “dignidade” às crianças, pais das crianças e profissionais de saúde, Fernando Jesus salientou que o procedimento por ajuste direto vai permitir um “ganho de tempo”.
Já quanto ao financiamento, questão que preocupa os pais, o socialista vincou que está assegurado pelo Ministério das Finanças.
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