“Não escondo a emoção de ver finalmente encarrilado o metro ligeiro até Loures. É um dia histórico, um sonho antigo que vai passar ao papel e do papel ao território”, afirmou António Costa.
O primeiro-ministro presidiu esta manhã em Loures, no distrito de Lisboa, à assinatura de um protocolo de cooperação entre os municípios de Loures e de Odivelas com o Governo para os dois concelhos ficarem ligados por um metro ligeiro de superfície até 2025, num investimento de 250 milhões de euros.
Neste primeiro ato público após cumprir cinco dias de isolamento profilático, devido a contacto de risco, António Costa sublinhou a necessidade de esta obra ser encarada com “muita responsabilidade”, uma vez que será financiada ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
“Este Programa de Recuperação e Resiliência impõem-nos a todos uma enorme responsabilidade. Nós temos três anos para assumir compromissos e mais três para executar totalmente. Aqui não pode haver mais atrasos, não pode haver mais demoras e aqui não pode haver novos passos atrás”, advertiu.
A obra, que deverá arrancar em 2023, prevê cerca de 12 quilómetros de traçado e duas ligações, sendo uma Odivelas — Ramada – Santo António dos Cavaleiros – Hospital Beatriz Ângelo e outra Odivelas — Póvoa de Santo Adrião — Santo António dos Cavaleiros — Loures — Infantado.
Nesta cerimónia interveio também o ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, que destacou a importância do projeto e do envolvimento das autarquias de Loures e de Odivelas, em conjunto com o Metropolitano de Lisboa, neste processo.
“Quando se trata de uma linha de metro de superfície, que vai passar pelas ruas que já existem, ao lado das vias que já existem, passar junto a territórios que já estão construídos é essencial fazer este trabalho em conjunto com as autarquias. O projeto tem de ser feito a três mãos”, apontou.
João Matos Fernandes ressalvou ainda que a opção pelo metro de superfície é a solução “mais económica e de execução mais simples”, embora a sua capacidade de transporte seja de menos um terço do que a do metro convencional.
“Se nós fizemos o metro convencional com estes 250 milhões de euros aquilo que faríamos eram dois quilómetros do metropolitano e três estações. Com estes mesmos 250 milhões faremos 12 quilómetros de rede, 18 estações, sete delas em Odivelas, 11 em Loures e servindo 175 mil pessoas”, sintetizou.
O governante adiantou ainda que dos 250 milhões previstos para a concretização deste projeto, 30 milhões serão destinados à aquisição de 20 novas composições.
Na sexta-feira, em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares (CDU), afirmou tratar-se de uma “enorme conquista para o município”, uma vez que é o único “na fronteira com Lisboa a não ter um meio de transporte pesado eficaz”.
Já o presidente da Câmara Municipal de Odivelas, Hugo Martins (PS), sublinhou que a ligação do metro ligeiro a Loures “vai trazer mais-valias ambientais e de mobilidade para o concelho”, diminuído o “congestionamento de trânsito”, aumentando o estacionamento e “diminuindo a pressão” sobre o município.
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