A paralisação dos enfermeiros, que começou no dia 10 deste mês, serve para exigir ao Governo que apresente uma nova proposta negocial da carreira de enfermagem que vá ao encontro das expectativas dos profissionais e dos compromissos assumidos pela tutela.

A greve começou ainda com o anterior ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, em funções, mas mesmo com a remodelação governamental realizada no domingo não foi alterada nem interrompida.

Para hoje, último dia de greve, os sindicatos têm marcada uma manifestação, que começa pelas 14:00 no Campo Pequeno, em Lisboa, e que segue até ao Ministério da Saúde, onde os profissionais se irão concentrar.

Nos cinco dias de greve já realizados, as adesões estiveram sempre acima dos 60%.

A greve foi realizada por serviços, contemplando nalguns dias hospitais, noutros centros de saúde e ainda noutros todas as instituições de saúde do setor público.

Os enfermeiros exigem a revisão da carreira de enfermagem, a definição das condições de acesso às categorias, a grelha salarial, os princípios do sistema de avaliação do desempenho, do regime e organização do tempo de trabalho e as condições e critérios aplicáveis aos concursos.

Reivindicam, entre outras matérias, que a Carreira Especial de Enfermagem seja aplicável a todas as instituições do setor público/SNS e a todos os enfermeiros que nelas exercem independentemente da tipologia do contrato e que sejam consagradas as condições de acesso à aposentação voluntária dos enfermeiros e com direito à pensão completa sejam os 35 anos de serviço e 57 de idade (base inicial para negociação).

No primeiro dia de greve, a 10 de outubro, o então ministro da Saúde afirmou que o Governo tem “uma vontade enorme” de chegar a um entendimento com os enfermeiros sobre o modelo de carreira e valorização profissional, considerando que essa reivindicação é justa.

Esta greve de seis dias (não seguidos) foi convocada pelo Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, pelo Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira, pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal e pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros.