Num discurso em que agradeceu o convite da Liga Portuguesa dos Chineses em Portugal que, ontem à noite, juntou cerca de 200 pessoas no Casino da Póvoa de Varzim para comemorar o novo ano chinês, Pedro Passos Coelho falou da importância do investimento externo e aproveitou para comental a atualidade mundial, aconselhando os Estados a evitarem “processos de fechamento”.
“Podemos em conjunto fazer muito mais do que foi feito até hoje. Apesar de já não estar no Governo, não tenho dúvidas em afirmar que as autoridades portuguesas podem empenhar-se um pouco muito mais em fazer um melhor acompanhamento de todos aqueles que escolheram Portugal para viver, trabalhar e investir”, disse Pedro Passos Coelho.
Antes, o ex-primeiro-ministro referiu, perante a comunidade chinesa, mas também de autarcas, representantes partidários e empresários, que enquanto exerceu funções públicas viu o investimento chinês ter “muita relevância em Portugal”, sobretudo olhando para processos de reprivatização.
“[O investimento chinês foi] aquele a que esteve associado a propostas com mais mérito e que acrescentavam mais valor às operações que estavam a ser desenvolvidas. Portanto só posso cumprimentar os investidores chineses por terem apresentado melhores propostas, com mais ambição e com mais qualidade do que os outros fizeram”, resumiu.
Mas para Pedro Passos Coelho, é possível “fazer muito mais do que foi feito até hoje”.
“É verdade que conseguimos fixar muito desse investimento, mas também é verdade que me parece que estamos a perder agora um bocadinho de competitividade”, declarou.
Assim, o líder do PSD aconselhou o Governo a “reservar uma parte do rendimento que extraiu” para qualificar os serviços de apoio e de acompanhamento aos empresários porque, lamentou, “muitos desses investidores que procuraram Portugal nem sempre encontram a resposta mais atempada para as preocupações que têm”.
Por fim, depois de reservar grande parte do discurso à economia, Passos Coelho vincou que “relação cultural, a política, é também decisiva em muitos aspetos”.
“Na ordem global estamos a assistir a várias forças que se jogam no sentido de proteger mais as economias, de exacerbar mais alguns traços de nacionalismo que acabarão inevitavelmente para caminhos de maior fechamento das sociedades. Nós sabemos historicamente que esses processos de fechamento que começa por ser comercial, económico, acaba por ser um processo de fechamento social, cultural e político”, defendeu, temendo que isto se traduza num “retrocesso”.
Já o presidente da Liga Portuguesa dos Chineses em Portugal, Y Ping Show, destacou aspetos da cultura chinesa, falou da importância de uma “boa integração” no país e frisou a relevância de negócios e parcerias conjuntas e, ao longo da noite, entregou galardões de mérito e reconhecimento a pessoas ou instituições que contribuem exatamente para a integração da comunidade chinesa em Portugal.
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