A discursar em Bragança quarta-feira à noite, Pedro Passos Coelho alertou que "não é com graçolas" que se constrói o futuro, que o país está a "deitar pela janela fora" oportunidades mas que o Governo "está contente" porque "satisfaz as suas clientelas".

O ex-primeiro-ministro, que falava num jantar de Natal, pediu ainda paciência aos cerca de 200 militantes que com ele jantaram lembrando que chegará a vez do PSD "servir o país" porque, salientou, oferece uma "visão mais construtiva e positiva" para o futuro de Portugal do que o atual Governo.

"Nós [o PSD] não precisamos de dizer umas coisas incongruentes, incoerentes, às vezes ridículas apenas para agradar a alguns setores sem os quais a gente não se aguenta no Governo, é assim que está o PS. Triste figura aquela que faz", acusou, considerando que podia ser pior.

"Só não é pior porque muitas das pessoas que estão hoje no Governo acreditam mesmo que o BE tem razão e sentem-se hoje muito mais próximos do PCP do que de nós. São eles que dizem, não é uma acusação nossa", disse.

"Imaginem o que teria sido de Portugal nestes 40 anos de essa tivesse sido a posição do Partido Socialista. Nem a constituição tinha sido revista e ainda hoje vivíamos com as nacionalizações, mesmo quase 30 anos depois do muro de Berlim ter caído. Era assim que estaríamos se o PS de então pensasse como PS de hoje", considerou, apresentando uma conclusão.

"Portanto, o PS tem mudado, não é para melhor, creio eu", disse.

Segundo o presidente do PSD, Portugal está a "deitar pela janela fora as oportunidades que os outros estão a agarrar bem", o que, confessou, o deixa um "bocadinho desesperado", questionado porque andava então o executivo liderado por António Costa contente.

"Porquê? Porque satisfaz as suas clientelas e acha que se satisfizer as suas clientelas o seu futuro está assegurado", respondeu.

Passos Coelho deixou por isso um recado ao Governo: "Portugal vale bem o nosso esforço e levar os portugueses a sério, levar o país a sério, exige mais de nós mais do que alguma pantominice, alguma bonomia, alguma graçola. Não é com graçolas que a gente constrói o futuro", referiu.

O ex-governante lembrou ainda que o importante é não se perder "o tino e o rumo" e salientou o papel do PSD no futuro de Portugal

"Nós podemos oferecer uma visão mais construtiva e mais positiva aos portugueses do que aquela que está a ser oferecida por este Governo e é isso que faz do PSD um partido chave para o futuro do país", disse, deixando, por isso, um apelo.

"Eu espero que nos podemos conservar a nossa orientação e se for assim não tenham impaciência parque a nossa vez de servir o país chegara porque seremos precisos a uma nova fase da vida do pais", explicou