"Nós não somos de amuar, portanto aceitamos democraticamente que o parlamento decida chumbar liminarmente as nossas propostas e que depois pegue em várias delas e as apresente como suas", afirmou o presidente social-democrata, Pedro Passos Coelho, no debate quinzenal com o primeiro-ministro, no qual António Costa defendeu uma reforma para a descentralização de poderes para o poder local.

Referindo-se às alterações propostas pelo PSD durante a discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2017, que foram todas chumbadas pelo PS, Passos Coelho assegurou que os sociais-democratas estão disponíveis para a discussão, fazendo votos que não se perca esta "oportunidade de ouro" para uma nova geração de autarcas.

Na resposta, o primeiro-ministro disse "registar positivamente" aquilo que considerou ser a maior novidade na intervenção do líder social-democrata.

"Espero não pecar por excesso de otimismo a registar aqui positivamente a maior novidade da sua intervenção: é que vossa excelência e o PSD não amuam, espero que não seja otimismo e seja mesmo assim", ironizou.

Já num tom mais sério, António Costa assinalou a disponibilidade do PSD para trabalhar em conjunto as matérias relacionadas com descentralização, sublinhando que este é um debate que merece ser feito por si e não no âmbito da discussão orçamental.

Além disso, acrescentou, esta é uma reforma que não se deve esgotar num ano.