Portugal é o terceiro país da União Europeia com mais área ardida este ano: mais de 60 mil hectares. Afinal, o que fez este governo, que ainda por cima tem como primeiro-ministro António Costa, que desde há uma geração ocupa posições de poder e foi ministro da Justiça e da Administração Interna, para travar os fogos? A secretária de Estado da Proteção Civil, Patrícia Gaspar, responde à provocação.
Patrícia Gaspar fala ainda do projeto de medicina no trabalho para bombeiros, mas não sabe responder se alguma vez a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) fiscalizou a situação ou entregou ao Executivo algum relatório sobre a matéria.
Confirma que os fatos utilizados pelos bombeiros no dia-a-dia - que custam entre 150 e 300 euros -, "não conferem o mínimo de segurança para uma operação de enorme complexidade e de risco elevadíssimo que é o combate a um incêndio florestal".
E adianta que, consciente de que as entidades detentoras dos corpos de bombeiros não têm a capacidade para, por si só, equiparem os bombeiros com fatos mais seguros - cujo preço pode atingir os 2 mil euros -, a distribuição de equipamentos de proteção individual que tem vindo a ser feita desde 2013 vai continuar.
"Não conseguimos fazer até agora toda a distribuição que gostaríamos, mas ela está a ser reforçada", assegura. E há seis milhões de euros alocados ao PRR só para isso. Mas há mais: vem aí a maior distribuição de veículos florestais desde há 20 anos (81 veículos de combate a incêndios). Em contrapartida, dos 12 drones que a Força Aérea adquiriu há um par de anos, apenas um terço está a funcionar.
Mas Proteção Civil não é apenas combate a incêndios. Por isso, falámos de outras catástrofes. E ficámos a saber que existe um plano de contingência para o caso de um avião com 50 toneladas de combustível se despenhar sobre o Hospital de Santa Maria (já quase aconteceu), e que esse trabalho foi coordenado por Patrícia Gaspar.
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