"O compromisso alcançado não rompe com o denominado 'consenso de Bruxelas' entre o PSE (Socialistas e Democratas Europeus) e o PPE (Partido Popular Europeu) - que sofreram significativos recuos nas eleições para o Parlamento Europeu. Pelo contrário, traduz uma reconfiguração desse 'consenso', passando a incluir com outro protagonismo os chamados 'liberais'", lê-se num comunicado.

Os dirigentes comunistas reagem assim ao resultado da "maratona" negocial de três dias no último Conselho Europeu para a indicação dos dirigentes principais que culminou com a ministra da defesa alemã Ursula von der Leyen na presidência da Comissão Europeia, a francesa Christine Lagarde, diretora do Fundo Monetário Internacional na liderança do Banco Central Europeu (BCE) e o ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, o socialista Josep Borrell, como Alto Representante da UE para a Política Externa.

"O compromisso alcançado confirma o embuste dos chamados 'candidatos a Presidente da Comissão Europeia' ("Spitzenkandidaten"), manobra mediática e de manipulação política que procura dar cobertura à campanha de aprofundamento do carácter federalista das instituições europeias, sob a falácia da sua ?democratização', e dos cargos agora em disputa", critica o PCP.

Entretanto, o socialista italiano David-Maria Sassoli foi hoje eleito presidente do Parlamento Europeu.

Segundo os dirigentes comunistas, verifica-se na UE a "insistência no aprofundamento das políticas federalistas, neoliberais, militaristas e securitárias, com expressões autoritárias e antidemocráticas - políticas que alimentam a extrema-direita".