Depois de dizer aos jornalistas que o CEIIA é um importante polo para o desenvolvimento do país, Pedro Nuno Santos, atual secretário-geral do PS, prestou declarações sobre a TAP.

"Tudo o que tem a ver com a TAP tem a ver com o meu quadro de responsabilidade política. Assumo todas as responsabilidades, mas foi tudo feito com acompanhamento jurídico da equipa da TAP. Mas o mais importante é que tínhamos uma empresa falida e agora é uma empresa que dá lucro. Dava prejuízo e agora é uma empresa saudável, os resultados foram desvalorizados. É uma empresa que dá lucro e é bom sinal para o governo e para os contribuintes. A TAP é um caso de sucesso e esse sucesso deve-se ao Governo e à equipa que administrou a TAP e implementou o plano de reestruturação e também a todos os trabalhadores da companhia. Se tivesse fechado teríamos prejuízo brutal", explicou, tentando defender-se pelo contrato feito com Christine Ourmières-Widener, ex-CEO da TAP.

"Estão todos a partir do pressuposto de que a acumulação daqueles cargos. Eu não tenho essa certeza. Aquilo que sei é que o contrato é feito com as equipas jurídicas, tanto da anterior CEO como da TAP. Eu era ministro das infraestruturas, não sou jurista nem advogado", reforçou.

Pedro Nuno Santos afirmou ainda que "a TAP vai continuar a ser utilizada ao longo da campanha" eleitoral para as legislativas. "Vai haver sempre alguma coisa que possa ser explorada, mas a verdade é que, do ponto de vista mais relevante, central, [importa] o facto de termos uma empresa que estava falida, com capitais negativos, e que hoje é uma empresa que dá lucro".

Questionado pelos jornalistas sobre a notícia do jornal o SOL que hoje adianta que Pedro Nuno Santos aceitou as condições da ex-CEO da TAP Christine Ourmières-Widener de manter funções noutras empresas, e que isso ficou previsto no contrato da gestora, o dirigente socialista vincou que o contrato foi feito com equipas jurídicas das duas partes.

A ex-presidente executiva da TAP foi exonerada por justa causa, em abril de 2023, no seguimento da polémica indemnização de meio milhão de euros à antiga administradora Alexandra Reis, que levou à demissão do então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e do seu secretário de Estado Hugo Mendes, e à constituição de uma comissão parlamentar de inquérito à gestão da companhia aérea.