Numa conferência de imprensa na sede do PCP, em Lisboa, Rui Fernandes, da comissão política dos comunistas, afirmou que a controvérsia sobre o número de mortos ser ou não superior aos 64 apontados pelas autoridades oficiais deve ser esclarecido e por quem tem competências, Ministério Público e Instituto de Medicina Legal.
O assunto deve ser “clarificado totalmente e sem qualquer equívoco” dado que dele dependem, disse Rui Fernandes, eventuais “indemnizações a que as pessoas têm direito”.
Sem nunca se referir a declarações de dirigentes de partidos do PSD e do CDS sobre os incêndios e o número de mortos em Pedrógão Grande, o dirigente do PCP avisou que o partido não vai entrar em controvérsias.
“Não podem contar com o PCP para transformar este assunto em chicana, como parece que está a ser transformado”, disse.
E quanto ao número de mortos, essa é "matéria que decorre do Ministério Público e do Instituto de Medicina Legal e é nesse foro que a matéria terá de ser clarificada", acrescentou.
Nos últimos dias, dois jornais, Expresso e i, noticiaram que podem existir mais vítimas mortais além das 64 contabilizadas pelas autoridades.
Hoje, depois de no sábado ter dito que o assunto do número de mortos estaria esclarecido, o primeiro-ministro, António Costa, apelou a que quem tenha conhecimento de um maior número de vítimas no incêndio de Pedrógão Grande, em junho, o comunique de imediato à Polícia Judiciária e ao Ministério Público.
No sábado, o PSD exigiu ao Governo que divulgue a lista de mortos no incêndio de Pedrógão Grande e que explique que critérios determinaram a constituição dessa lista de vítimas.
No mesmo dia, a líder do CDS, Assunção Cristas, afirmou que ainda há muito por esclarecer sobre os incêndios de junho.
O incêndio que deflagrou a 17 de junho em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos e só foi dado como extinto uma semana depois.
Das vítimas do incêndio que começou em Pedrógão Grande, segundo as autoridades pelo menos 47 morreram na Estrada Nacional 236-1, entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, concelhos também atingidos pelas chamas.
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