Subordinada ao título “Petição contra a fraude nos apoios a Pedrógão Grande”, a iniciativa de cidadãos encabeçada por Luís Miguel Figueiredo é promovida pelo movimento político Democracia 21, cuja fundadora, Sofia Afonso Ferreira, surge em segundo lugar na lista de subscritores.
“Os peticionários consideram profundamente repugnante o aproveitamento fraudulento, abusivo e corrupto dos donativos e dinheiros públicos destinados a apoiar as vítimas da tragédia de Pedrógão Grande”, no distrito de Leiria, salientando que “os factos noticiados recentemente deram origem à abertura de inquéritos pelo Ministério Público”.
Também na Assembleia da República, no entanto, os parlamentares “não podem permanecer em silêncio perante as suspeitas de tão vil violação da lei, abusando da solidariedade dos portugueses e desonrando a tragédia humana” que se viveu, defendem.
Assim, solicitam aos deputados que, “sem demoras, procedam à abertura de um inquérito parlamentar exaustivo e público para apurar responsáveis políticos e legais pelo uso fraudulento dos apoios à reconstrução das casas ardidas nos incêndios de Pedrógão Grande e para exortar à aplicação de penas exemplares a todos os que se revelem legalmente implicados e retiradas consequências políticas” para os responsáveis.
“Fazemos este apelo em nome das vítimas que faleceram nesta tragédia e das vítimas que ainda aguardam auxílio na reconstrução das suas habitações e as das outras zonas afetadas, para que Pedrógão Grande sirva como exemplo de que vivemos num país verdadeiramente democrático”, lê-se na petição.
Numa nota hoje divulgada, os peticionários Miguel Figueiredo, Sofia Afonso Ferreira e Diana Antão esclarecem que a iniciativa “é apartidária, é pelas vítimas de Pedrógão Grande e de outras zonas afetadas” pelos incêndios.
Manifestações para recolha de assinaturas
No dia 19 de setembro, data do primeiro plenário da Assembleia da República após o período de férias, o movimento Democracia 21 realiza “duas manifestações, em Lisboa e Porto, para recolher assinaturas para a petição”.
Em Lisboa, a manifestação decorrerá junto à Assembleia da República, às 11:30, enquanto no Porto será na Avenida dos Aliados, à mesma hora.
Hoje, às 12:50, a petição ‘online’ já tinha sido assinada por 731 pessoas.
O grande incêndio que deflagrou a 17 de junho de 2017, em Escalos Fundeiros, concelho de Pedrógão Grande, e que alastrou depois a concelhos vizinhos, provocou 66 mortos e 253 feridos, sete deles com gravidade, tendo destruído cerca de 500 casas, 261 das quais eram habitações permanentes, e 50 empresas.
Há dois meses, eram 10 os arguidos, todos pessoas singulares, no inquérito relacionado com os incêndios de Pedrógão Grande, de acordo com a Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra.
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