O esclarecimento vem na sequência das declarações do presidente da Câmara de Pedrógão Grande, Valdemar Alves, que criticava o facto de uma família que perdeu mais de cinco mil euros na sua exploração agrícola ter de estar coletada para receber o apoio, sendo que para estar coletada teria "de gastar 250 euros".

O Ministério da Agricultura, em comunicado divulgado hoje, esclarece que os apoios acima dos 1.053 euros têm de obedecer à regulamentação comunitária, que estabelece que a atribuição de ajudas "tem necessariamente de ser canalizada para explorações que exerçam atividade económica, independentemente da sua forma jurídica, dimensão ou dos respetivos resultados económicos".

Desse modo, todos os agricultores afetados pelo incêndio de Pedrógão Grande que contabilizem danos superiores a 1.053 euros "terão de ter atividade registada nos termos da legislação nacional", sendo que o registo, vincou o ministério, "é gratuito".

Todos os prejuízos sofridos pelos agricultores no "potencial produtivo agrícola" (maquinaria, equipamentos, instalações, animais ou culturas) até 1.053 euros são financiados a 100% "através de uma medida de apoio suportada pelo Ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social", explanou a mesma nota.

Já os apoios a partir de 1.053 são suportados pelo Ministério da Agricultura, através do acionamento de uma medida do Programa de Desenvolvimento Rural 2020, "com financiamento a 100% (a fundo perdido) do valor das despesas elegíveis para prejuízos até 5.000 euros", sendo que, acima desse valor, o apoio é feito com financiamento a 50% (a fundo perdido).

O Ministério da Agricultura já disponibilizou dez milhões euros para os agricultores afetados pelo incêndio que atingiu a região Centro, entre 17 e 24 de junho.

O incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande no dia 17 de junho, no distrito de Leiria, provocou pelo menos 64 mortos e mais de 200 feridos e só foi dado como extinto uma semana depois.

Mais de dois mil operacionais estiveram envolvidos no combate às chamas, que consumiram 53 mil hectares de floresta, o equivalente a cerca de 75 mil campos de futebol.

O fogo chegou ainda aos distritos de Castelo Branco, através da Sertã, e de Coimbra, pela Pampilhosa da Serra e Penela.

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