A revolta, que teve lugar a 01 de Fevereiro de 2021, mergulhou o país numa profunda crise política, social e económica, e abriu uma espiral de violência com novas milícias civis.

A Association for the Assistance of Political Prisoners (AAPP) em Myanmar, que está a tentar verificar as mortes e os detidos no país, relatou no final da segunda-feira quatro novas mortes, incluindo dois menores, no estado de Kayah oriental.

De acordo com a organização, estas últimas fatalidades, mostrando sinais de tortura, foram encontradas após uma série de rusgas pelos militares a aldeias da região.

Com estas quatro mortes, o número de mortos ultrapassou a marca dos 1.500, embora a AAPP avise na sua declaração que “o número real de mortos é provavelmente muito mais elevado”.

AAPP também conta 11.838 detidos desde o golpe, dos quais 8.835 ainda estão presos e 661 foram condenados a penas de prisão por um tribunal, incluindo a líder deposta Aung San Suu Kyi.

A magistratura birmanesa condenou também 45 pessoas à morte, incluindo dois menores, embora nenhuma tenha ainda sido executada.

O exército justifica o golpe com uma alegada fraude durante as eleições gerais de novembro de 2020, cujo resultado foi anulado e no qual o partido de Suu Kyi venceu, como o fez em 2015, com o aval de observadores internacionais.