“Um ferido por arma de fogo, uma jovem com traumatismos vários que foi atropelada pela Guarda Nacional, oito pessoas com fraturas e mais de 32 feridos ligeiros”, disse o presidente da Assembleia Nacional (parlamento), em conferência de imprensa, horas depois de terminado o protesto.

Julio Borges explicou que o balanço foi conseguido através de informações reunidos por vários partidos que integram a aliança Mesa da Unidade Democrática (MUD, oposição) e com dados “recolhidos em vários serviços de saúde” de Caracas.

“Temos entre feridos e detidos mais de 50 pessoas” e entre os detidos contam-se “jornalistas e operadores de câmara”, acrescentou.

De acordo com o diário local Últimas Notícias, sete polícias ficaram feridos durante o protesto.

Os manifestantes protestavam contra duas sentenças do Supremo Tribunal – já revogadas – que retiravam competências à Assembleia Nacional (parlamento) e limitavam a imunidade parlamentar, decisões que a oposição, maioritária no parlamento, considerou como “um golpe de Estado”.

A oposição anunciou que vai iniciar um processo para destituir dos cargos os sete magistrados que assinaram aquelas decisões e que o Supremo Tribunal já rejeitou, acusando a oposição, maioritária no parlamento, de querer “destruir a estabilidade política, democrática e a ordem constitucional” no país.

Em comunicado, o Supremo rejeitou as pretensões de “um setor da Assembleia Nacional” (AN, parlamento) e também repudiou “categoricamente qualquer ato que pretenda retirar legitimidade à atuação dos magistrados” do tribunal constitucional.

“Este setor, que se mantém em desacato, persiste no desconhecimento do estipulado no artigo 265 da nossa Constituição, que pede expressamente o consentimento de dois ramos do Poder Público para a remoção dos magistrados do Supremo”, acrescentou.

A Constituição venezuelana define que para concretizar estas destituições é necessária a concordância prévia do Poder Cidadão, um dos cinco ramos do Poder Público na Venezuela.

O Poder Público está dividido em poder legislativo (Assembleia Nacional), executivo (Governo), judicial (tribunais), eleitoral (Conselho Eleitoral Nacional) e cidadão (Conselho Moral Republicano, Procurador-Geral, Defensor do Povo, Contraloria Geral da República).

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