“A maioria foi morta por ataques russos”, afirmou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), uma organização não-governamental (ONG) síria com sede em Londres, acrescentando que as manobras militares fizeram 16 mortos numa única localidade, Hammouriye.

Moscovo, um dos principais aliados internacionais do regime sírio, sempre negou estar envolvido nos raides aéreos contra Ghouta Oriental, o último grande bastião da oposição ao Presidente sírio, Bashar al-Assad, situado perto da capital síria (Damasco).

Na terça-feira, os dados atualizados do Observatório sobre o número de vítimas mortais em Ghouta Oriental davam conta que pelo menos 800 civis, incluindo 177 crianças, tinham perdido a vida.

A ONG síria também avançou hoje que o regime sírio reconquistou mais de metade deste enclave rebelde desde que lançou a atual ofensiva, a 18 de fevereiro.

“As forças do regime controlam mais de 50% do enclave rebelde”, nomeadamente após ter recuperado as localidades de Beit Sawa e Al-Achaari, segundo o diretor de OSDH, Rami Abdel Rahmane.

Estas informações são divulgadas no mesmo dia em que está a decorrer em Nova Iorque, na sede das Nações Unidas, uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU, à porta fechada, para discutir a situação na Síria a pedido do Reino Unido e de França.

À chegada à reunião, o embaixador francês junto da ONU, François Delattre, denunciou que o governo sírio continua a sua ofensiva contra Ghouta Oriental, em “completa violação” da resolução do Conselho de Segurança da ONU do passado dia 24 de fevereiro, que aprovou por unanimidade uma trégua humanitária de um mês.

“O regime sírio, enquanto falamos, continua a assediar e a bombardear os seus próprios cidadãos em Ghouta Oriental”, disse o representante diplomático francês, em declarações aos jornalistas.

François Delattre também acusou o regime de Damasco de se opor “com um cinismo absoluto” ao fornecimento de ajuda humanitária, na sequência dos entraves colocados nos últimos dias para a entrada em Ghouta Oriental de um comboio humanitário de 46 camiões para distribuir ajuda alimentar e médica.

O embaixador francês assegurou que “não se pode baixar os braços” e insistiu que a comunidade internacional tem de pressionar os países com influência sobre a Síria, como é o caso da Rússia, para que a resolução de uma trégua humanitária seja respeitada.

Desencadeado em março de 2011 pela violenta repressão do regime de Bashar al-Assad de manifestações pacíficas, o conflito na Síria ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos ‘jihadistas’, e várias frentes de combate.

Num território bastante fragmentado, o conflito civil na Síria provocou, desde 2011, mais de 350 mil mortos, incluindo mais de 100 mil civis, e milhões de deslocados e refugiados.

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