De acordo com o The Guardian, parte dos frisos, datados de cerca de 1660, foram encontrados pelos trabalhadores que renovavam a cozinha no apartamento de Luke Budworth em Micklegate, no centro da cidade de York, no ano passado. Desde essa altura, a pintura mural já está totalmente a descoberto.
Considerando as características do friso, pensa-se que as pinturas são mais antigas do que os edifícios hoje visíveis e é ainda referido que se baseiam em cenas do livro Emblems, escrito pelo poeta Francis Quarles em 1635.
Luke Budworth, um investigador médico da Universidade de Leeds, diz que é "louco" pensar que a pintura estava lá antes de acontecimentos históricos como o Grande Fogo de Londres, ocorrido em 1666.
Referindo que sempre soube que "havia um pedaço estranho da parede" e que pensou que fosse um "defeito" do apartamento, Budworth, conta que ficou "muito entusiasmado" quando os trabalhadores perceberam que ali havia algo mais.
"No início pensei que era um velho papel de parede vitoriano, mas logo pude ver que estava realmente desenhado na parede do edifício vizinho — por isso é mais antigo do que este edifício em si", evidencia.
O investigador, que se mudou de Warrington para York, em parte devido à história da cidade, garante que é "espantoso" ter a pintura mural em sua casa, mas também descreve o sucedido como um fardo. Afinal, não há fundos disponíveis para os preservar. Nesse sentido, a Historic England ajudou a cobrir o friso para "ajudar a evitar danos" — e por cima ficou uma réplica "em alta resolução".
"Esperamos conseguir fazer passar a palavra e ver se algumas sociedades ou estudantes de doutoramento querem fazer alguns projetos experimentais de conservação. Espero também que isto inspire outras pessoas em Micklegate a começar a olhar para as suas próprias paredes com desconfiança", notou.
Diz a BBC que Budworth contactou a Historic England para saber mais sobre as pinturas encontradas e concluiu-se que foram inicialmente descobertas e fotografadas em 1998. Porém, foram tapadas e esquecidas até agora.
Simon Taylor, investigador de arquitetura da Historic England, afirmou que foi uma "redescoberta emocionante".
"Achamos que são de importância nacional e no contexto de York, onde as pinturas murais domésticas são bastante raras, são de interesse especial", apontou.
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