Professor de Psicologia na Universidade de Oakland, próxima da cidade de Rochester, Fink recebeu no início deste ano o telegrama originalmente enviado através da empresa Western Union, que encerrou os seus serviços telegráficos em 2006, segundo escreve a Associated Press.

Perto de 50 anos distam desde que essa mensagem foi enviada a 1 de maio de 1969 por amigos de família de Fink. "Pedimos desculpa por não estarmos aí para aplaudir quando tu receberes o teu diploma, mas os nossos corações e felicitações estão contigo. Com amor, Dr. e Sra. Fischman", lê-se no texto que a família Fischman enviou ao ex-colega do seu filho Arnie, como avançou o Washington Post.

Há uma razão para Fink, agora com 71 anos, não ter recebido o telegrama. Um dia depois deste ter sido enviado, o futuro psicólogo estava a mudar de casa, abandonando o apartamento que partilhava com colegas da universidade na cidade de Ann Arbor para rumar a Nova Iorque.

Saltando décadas à frente até dezembro de 2018, Christina Zaske, administradora na agência de marketing digital ICON Interactive, estava a limpar um velho armário de escritório, comprado em segunda mão, quando, entre o entulho, encontrou um pedaço de papel amarelo. "Li-o, principalmente porque estava curiosa por ver o telegrama verdadeiro", disse Zaske, de 38 anos, ao jornal The Ann Arbor News.

Ao deparar-se com o nome de Fink, a administradora procurou-o online a fim de lhe fazer chegar a mensagem e enviou-lhe um email. "Fiquei surpreendida por saber que ele nunca tinha recebido o telegrama e fiquei feliz por saber que podia trazê-lo ao destinatário pretendido todos estes anos depois", afirmou Zaske.

Ao Washington Post, Fink admitiu que, de início, ao receber um email de Zaske ficou "bastante cético" pois "suspeitava que fosse algum tipo de esquema", mas pediu-lhe para que enviasse o telegrama para o seu gabinete na Universidade de Oakland. Quando o recebeu, viu a sua antiga morada, "316 East Madison Ann Arbor" e apercebeu-se que a carta terá ficado perdida no apartamento, já que o senhorio não tinha forma de a reencaminhar.

O psicólogo sente alguma mágoa por nunca ter podido responder aos Fischman, sendo que ambos já morreram. Ter-se apercebido que os dois consideravam-no importante o suficiente para enviar o telegrama e já não poder agradecer deixou Fink com "sentimento agridoce de culpa".

Fink acrescentou ainda que "dava algum trabalho a enviar um telegrama - não é como enviar uma mensagem agora", sendo que o tocou "terem feito o esforço". Contudo, apontou também para a ironia de "apenas ter recebido um telegrama" na sua vida, "50 anos depois de ter sido enviado".

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.