A Carta de Perigosidade diz então que os moradores não vão poder viver o dia a dia normal quando existir risco elevado de incêndio, não podendo sair de casa.

A denúncia foi feita ao Jornal de Notícias por parte de vários autarcas e ainda presidentes das Comunidades Intermunicipais, que criticam esta decisão, salientando ainda que é um "atentado contra os direitos dos cidadãos".

Emílio Torrão, presidente da CIM de Coimbra, salientou ao JN que o documento é "irrrealista" e que "há situações ridículas", com o facto de zonas de barragens serem classificadas como de risco elevado de incêndio. "A floresta não se protege fechando as pessoas em casa", diz ao jornal, referindo também que se esta medida "avançar nos territórios vai cortar a normal vida das pessoas e os prejuízos serão elevadíssimos.

Já Fernando Queiroga, membro do conselho diretivo da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e presidente da Câmara de Boticas, entende que a intenção desta nova carta é passar "as culpas" para os presidentes de câmara. "Não querem ter a responsabilidade se alguma coisa correr mal. Como é que as câmaras conseguem fazer as limpezas todas? Isto só vai contribuir para que haja mais incêndios e de maior proporção, ao tirar as pessoas dos territórios", salientou ao JN.