“Estou convencido de que, em breve, teremos um governo forte e estável”, assegurou Fiala, líder do partido Democratas Cívicos (ODS, direita conservadora), durante a cerimónia que decorreu na residência de Zeman no castelo de Lany (Praga Ocidental) e foi transmitido em direto pela televisão.

Fiala foi o vencedor das eleições legislativas de outubro à frente de uma coligação de cinco partidos.

Segundo o que se pôde observar na transmissão televisiva, Zeman foi acompanhado por dois enfermeiros numa cadeira de rodas por se encontrar infetado com covid-19, tendo Fiala assinado o termo de compromisso numa ata previamente desinfetada.

Fiala é um ex-professor de ciências políticas, bem como um fã de filmes, sobretudo de James Bond, literatura e futebol.

Com 57 anos, barbudo e com óculos, o novo primeiro-ministro checo protege cuidadosamente a sua vida privada, “afetada” a partir de agora pelas novas funções, depois de liderar a aliança de centro-direita “Juntos” numa vitória eleitoral em outubro.

“Na verdade, sou James Bond”, disse Fiala, numa entrevista recente. “Bond pode disparar bem e eu também. Também fala várias línguas e é bem-educado e penso que também cumpro esses critérios”, disse então Fiala.

O “Juntos”, compreendendo os Democratas Cívicos (ODS) e os pequenos democratas-cristãos, centro, e o TOP 09, de centro-direita, derrotaram o movimento populista ANO, do bilionário e agora ex-primeiro-ministro Andrej Babis.

“Demos à República Checa uma possibilidade de um futuro melhor. Esta é uma mudança, nós somos uma mudança, vocês são uma mudança”, disse Fiala aos seus apoiantes durante a campanha eleitoral.

Fiala chegou à política como assessor científico do primeiro-ministro, em 2011, e do Ministro da Educação, um ano depois, tendo sido eleito deputado nas eleições legislativas de outubro de 2013, antes de ingressar no ODS um mês depois e de se tornar presidente do partido em janeiro de 2014.

Fiala substituiu o ex-primeiro-ministro Petr Necas, cujo governo foi derrubado em 2013 no meio de um escândalo sexual.

Nascido na segunda maior cidade checa, Brno, em 01 de setembro de 1964, Fiala cresceu numa família conservadora, onde o almoço era servido exatamente ao meio-dia ao som dos sinos da igreja.

“Na nossa família, era natural que se tivesse uma formação universitária, uma vida cultural e que houvesse interesse pelos assuntos públicos e políticos. Fui criado num espírito democrático. Para mim, democracia e liberdade são coisas que considero certas desde criança”, contou.

O novo primeiro-ministro checo, que se veste com casaco desde os 15 anos, formou-se em língua e literatura checa e também em história, tendo trabalhado ainda como historiador e jornalista.

Após o derrube do regime comunista totalitário na antiqua Checoslováquia, em 1989, cofundou o departamento de ciências políticas da Universidade Masaryk, em Brno, uma disciplina até então proibida pelo regime comunista.

Chefiou o departamento de 1993 a 2002 antes de assumir a direção de relações internacionais e estudos europeus por dois anos.

Nomeado o primeiro professor de ciências políticas do país em 2002, Fiala foi reitor da Universidade Masaryk de 2004 a 2011.

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