"Os elementos disponíveis até ao momento indicam que a organização criminosa agora desmantelada foi responsável pela introdução de pelo menos 45 toneladas de cocaína por ano no continente europeu, expedida a partir do Brasil, por via marítima", revela ainda a Polícia Judiciária (PJ) em comunicado.

Segundo a PJ, nesta operação, com o suporte da Europol, foram executadas em território nacional 15 buscas (domiciliárias e outras) que levaram à apreensão de um grande volume de documentação, equipamento informático, de telecomunicações, entre outro material probatório relevante, bem como a apreensão de dois imóveis em Portugal avaliados em 2,5 milhões de euros.

Em Portugal, a operação permitiu ainda o arresto de várias contas bancárias, cujos saldos ainda não se encontram totalmente contabilizados.

A ação das outras polícias estrangeiras nesta operação permitiu ainda a apreensão de dois milhões de reais (314 mil euros) e 169 mil dólares americanos (14 mil euros) em dinheiro no Brasil, 300 mil euros em dinheiro na Bélgica, 163 imóveis no Brasil (avaliados em mais de 132 milhões de reais, ou 20,7 milhões de euros), dois imóveis em Espanha (avaliados em quatro milhões de euros), 37 aeronaves no Brasil, 70 viaturas de luxo no Brasil, na Bélgica e em Espanha e ativos financeiros de valor ainda não completamente determinado.

A vasta operação policial transnacional, só hoje divulgada, iniciou-se no passado dia 23, em simultâneo no Brasil, Portugal, Espanha, Bélgica e Holanda, envolvendo 179 buscas domiciliárias e não domiciliárias.

Dos 45 suspeitos detidos, 38 foram Brasil, quatro na Bélgica, um em Espanha e dois no Dubai, precisa a PJ, que atuou através da Unidade Nacional de Combate ao Tráfico de Estupefacientes (UNCTE), em investigação dirigida internamente.

Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), braço do Ministério Público dedicado à criminalidade mais grave, violenta, organizada e complexa.

A operação, que em Portugal contou com a participação de unidades policiais sediadas em Lisboa e no Porto, participou, nos últimos dias, teve por "objetivo principal desarticular uma importante organização criminosa que atuava em vários continentes e que, desde há vários anos, se dedicava à introdução no continente europeu de quantidades maciças de cocaína, bem como ao branqueamento dos proventos resultantes daquelas atividades ilícitas".

A operação - revela a PJ - contou com o apoio da Europol nas vertentes da coordenação e da análise de informação e envolveu a Polícia Federal do Brasil, a Polícia Judiciária Federal da Bélgica (Federale Gerechtelijke Politie, Police Judiciaire Fédérale), o Cuerpo Nacional de Policia de Espanha, a Polícia Nacional da Holanda (Politie), a Polícia da Roménia (Poliția Română) e da Polícia do Dubai.

Os elementos disponíveis até ao momento indicam que a organização criminosa agora desmantelada foi responsável pela introdução de pelo menos 45 toneladas de cocaína por ano no continente europeu, expedida a partir do Brasil por via marítima.

“Esta operação demonstra claramente que sَ através de uma forte cooperação entre as autoridades dos vários países é possível combater eficazmente este tipo de estruturas criminosas e as suas atividades ilícitas”, afirma a PJ no comunicado.