O agente da polícia acusado de tentativa de homicídio foi colocado em regime de detenção domiciliária desde o incidente de 05 de dezembro, e agora libertado com a obrigação de “não sair do território grego”, disse a fonte.

O jovem cigano Kostas Fragoulis, 16 anos, tinha sido gravemente ferido na noite de 04 para 05 de dezembro pelo agente da polícia durante uma perseguição. Tinha fugido depois abastecer, sem pagar 20 euros de combustível, o veículo numa estação de serviço perto de Salónica, no norte da Grécia.

O jovem foi hospitalizado e submetido a cirurgia de emergência e internado nos cuidados intensivos antes de finalmente sucumbir aos seus ferimentos na passada terça-feira.

O agente da polícia, 32 anos, foi detido após o incidente e ouvido depois de ser dispensado em licença.

O autor dos disparos, que seguia numa motorizada, disse que usou a arma de serviço para “defender” os outros polícias.

O incidente causou protestos na Grécia, onde a impunidade da polícia é frequentemente denunciada.

Numerosas manifestações, que levaram a confrontos entre a polícia e manifestantes, tiveram lugar nas últimas duas semanas em comunidades ciganas de todo o país e em Atenas e Salónica, na sequência de apelos de organizações não-governamentais de direitos humanos.

O presidente da comunidade cigana na Grécia tinha denunciado o “racismo” e a “inércia” das autoridades em relação a esta minoria, que conta 170.000 pessoas, de acordo com as autoridades, e 300.000, de acordo com a comunidade.

Nos últimos anos, vários cidadãos gregos de etnia cigana ficaram feridos ou morreram na sequência de enfrentamentos com a polícia, sobretudo em situações em que alegadamente tentavam escapar das autoridades.

Há um ano, numa zona desfavorecida da zona ocidental de Atenas, outro jovem cigano, de 20 anos, foi também morto numa perseguição da polícia.

Os sete polícias envolvidos estão a ser processados por homicídio e tentativa de homicídio de outro jovem de 16 anos de idade, que foi ferido. O julgamento ainda está em curso.