Cerca de 90 agentes da polícia federal (PF) cumpriram oito mandados de prisão contra supostos membros de “uma enorme estrutura” liderada por Luiz Carlos Da Rocha, conhecido como “Cabeça Branca”, preso desde julho do ano passado e considerado um dos maiores traficantes da América do Sul.
A operação de hoje, intitulada “Efeito Dominó”, ocorreu nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Mato Grosso do Sul, em São Paulo e na capital do país, Brasília.
Durante as investigações, a polícia conseguiu identificar uma “complexa e organizada” estrutura destinada “ao branqueamento de capitais provenientes do tráfico internacional de narcóticos”.
Entre os detidos está Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como “Ceará”, que assinou um acordo de delação premiada (colaboração com a justiça) com as autoridades no âmbito da operação Lava Jato.
Souza Rocha agiu como “doleiro” (quem faz o câmbio de moedas estrangeiras ilegalmente) no caso de corrupção na Petrobras e, na sua confissão, implicou os senadores Fernando Collor de Mello, que foi Presidente do Brasil de 1990 a 1992, Aécio Neves, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues, de acordo com a imprensa local.
A PF informou, num comunicado, que vai informar o Ministério Público e o Supremo Tribunal Federal do Brasil sobre a prisão do colaborador para avaliar uma possível “quebra” no acordo firmado.
Pelo menos um outro “doleiro”, envolvido no caso Banestado, um grande escândalo de corrupção descoberto em 2003 e que terminou com cerca de 100 condenados por corrupção, também foi preso na operação hoje.
As investigações mostraram “robustos indícios” da convergência de interesses, pois por um lado “havia uma necessidade de grandes volumes de reais para o pagamento de subornos” e, por outro lado, traficantes que “tinham recursos disponíveis em moeda nacional e precisavam de dólares para pagar os fornecedores” da droga.
Os detidos responderão pelos crimes de branqueamento de capitais, organização criminosa e associação para o tráfico internacional de drogas.
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