“Os manifestantes usaram líquido corrosivo na área de Tuen Mun, ferindo vários polícias e jornalistas”, indicou a força de segurança na sua página na rede social Facebook.
A publicação é acompanhada com várias imagens do corpo de polícias, nas quais é possível ver queimaduras de pele e uniformes que foram atingidos.
“A polícia condena vivamente os atos violentos e apela à população para que salvaguarde a sua segurança pessoal”, pode ler-se na mesma nota.
Antes, as forças de segurança tinham dado a indicação de que “grandes grupos de manifestantes radicais” tinham efetuado um bloqueio em Sha Tin e em Yuen Wo.
Os manifestantes ergueram ainda barricadas que “paralisaram o tráfego nas proximidades”, segundo a polícia, que aproveitou para apelar a todas as pessoas que se encontrem no local para que se retirem.
“Se necessário devem manter as janelas fechadas e permanecer em ambientes fechados”, acrescentaram as forças de segurança numa outra publicação.
O maior protesto decorreu na ilha de Hong Kong e juntou pelo menos dezenas de milhares de manifestantes, mas os episódios de violência ocorreram a norte do território, onde, com o fecho de 28 estações de metropolitano, a suspensão de autocarros e bloqueios de estradas efetuados pelas autoridades, muitos ficaram impedidos de participar na maior manifestação, que já tinha sido proibida pela polícia.
No dia em que se assinalam os 70 anos da fundação da República Popular da China, o centro da ilha de Hong Kong foi policiado durante toda a tarde com um helicóptero, que seguiu o maior protesto, com a polícia a posicionar-se ao longo do trajeto junto das estações encerradas ou estrategicamente nas passagens aéreas.
Apesar de a polícia ter proibido manifestações no dia nacional da China, multiplicaram-se os apelos para que a população de Hong Kong saísse de novo à rua para exigir reformas democráticas no território.
O Governo de Hong Kong retirou já formalmente a polémica proposta de emendas à lei da extradição, na base da contestação social desde o início de junho.
Contudo, os manifestantes continuam a exigir que o Governo responda a quatro outras reivindicações: a libertação dos manifestantes detidos, que as ações dos protestos não sejam identificadas como motins, um inquérito independente à violência policial e, finalmente, a demissão da chefe de Governo e consequente eleição por sufrágio universal para este cargo e para o Conselho Legislativo, o parlamento de Hong Kong.
A transferência da soberania de Hong Kong para a República Popular da China, em 1997, decorreu sob o princípio “um país, dois sistemas”.
Tal como acontece com Macau, para aquela região administrativa especial chinesa foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judicial, com o Governo central chinês a ser responsável pelas relações externas e defesa.
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