Os ânimos exaltaram-se hoje na manifestação dos agricultores em Évora, com alguns dos participantes no protesto a invadirem o átrio da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo, apesar da oposição da PSP.

Na marcha, os agricultores pararam em frente às instalações da CCDR Alentejo e uma delegação entrou no edifício para entregar um documento reivindicativo, que foi recebido por uma funcionária.

À saída, o grupo tirou uma corrente de um saco e trancou a cadeado duas das portas, o que levou a PSP a intervir para as reabrir e, já com os ânimos exaltados e gritos de “bandidos”, alguns forçaram as portas e entraram.

Na entrada, alguns dos elementos da PSP no local tentaram conter a entrada dos manifestantes, que continuavam a bater nas portas de vidro e a querer juntar-se aos que se encontravam no interior, com assobios e a gritarem palavras de ordem contra a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes.

Os manifestantes que se encontravam no interior da CCDR Alentejo acabaram por sair e a marcha retomou o percurso estabelecido pela Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).

A marcha conta com várias centenas de tratores e milhares de agricultores.

A concentração começou, pelas 10:00, no Rossio de São Brás, seguindo depois para a Rua Rotary Internacional.

Em janeiro, o setor iniciou um conjunto de protestos contra o que considera ser o desmantelamento do Ministério da Agricultura, na sequência da retirada de competências às Direções Regionais da Agricultura, e o “desnorte governativo” no setor agrícola e florestal.

Os dirigentes da CAP, e outros agentes do setor, têm afirmado publicamente estar contra a ministra da Agricultura e da Alimentação, defendendo que Maria do Céu Antunes não tem condições para tutelar esta pasta.