Num ano em que o Campeonato do Mundo e a escolha de um novo presidente no Brasil coincidem, a Nike, fabricante dos uniformes da seleção brasileira de futebol, vetou a possibilidade de personalizar com os nomes dos candidatos presidenciais na nova camisola da 'canarinha', incluindo os de Lula e Bolsonaro, os principais favoritos para as eleições de outubro.
Os brasileiros não poderão personalizar a camisola que será usada pelos craques da seleção brasileira no Campeonato do Mundo no Qatar com referências políticas aos candidatos que lutarão pela presidência nas eleições, as mais polarizadas das últimas décadas.
O nome Lula, ex-presidente e candidato, ou do atual Presidente brasileiro, Bolsonaro é proibido nas costas da camisa. Ciro Gomes, terceiro nas sondagens, também está proibido.
Da mesma forma, palavras como "mito", que é como os seus apoiantes saúdam o chefe de Estado, ou PT, a sigla do Partido dos Trabalhadores liderado por Lula da Silva, também são proibidas.
A Nike recordou numa nota que "não permite a personalização" dos seus produtos "com palavras que possam conter qualquer linguagem religiosa, política, racista ou mesmo insultuosa".
"Este sistema é periodicamente atualizado com vista a cobrir o maior número possível de palavras que estejam em conformidade com esta regra", acrescentou a empresa.
A bandeira brasileira tem sido foco de discórdia entre Lula e Bolsonaro nos meses que antecederam as eleições, com o ex-presidente progressista a acusar o líder brasileiro de se ter apropriado das cores nacionais.
Os apoiantes de Bolsonaro utilizam frequentemente a camisola da 'canarinha' nas manifestações de apoio ao Governo, uma "apropriação" por parte de movimentos de direita e extrema direita que, segundo a Globo, começou em 2013. No entanto, só este ano é que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) começou a lutar contra a politização do equipamento a seleção.
A Globo refere, por exemplo, que Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF desde este ano, numa tentativa de distanciar a equipa da política ainda não se encontrou com Jair Bolsonaro. No entanto, ações mais diretas só deverão ser tomadas após o ato eleitoral, uma vez que a poucos meses da eleição, qualquer gesto podia ter uma conotação política, criando um efeito contrário ao desejado.
De acordo com todas as sondagens publicadas até agora, Lula é o favorito, com uma margem de 40 a 45% dos votos, em comparação com Bolsonaro, com cerca de 30%.
Contudo, uma sondagem divulgada na última semana pelo FSB para o banco de investimento BTG Pactual mostrou que a liderança de Lula sobre Bolsonaro caiu de 13 para 7 pontos percentuais, a menos de dois meses das eleições.
*com agência Lusa
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