Nem a "presidência fantasma" de Portugal impediu "Lisboa de gastar como se estivesse à espera de fazer eventos presenciais", escreve o Politico.

E cita alguns exemplos: 260 mil euros para equipar um centro de imprensa em Lisboa praticamente vazio, uma vez que as conferências têm decorrido online; mais de 35 mil euros pagos a uma empresa de bebidas, ainda que sejam escassos os eventos presenciais; mais de 39 mil euros contratualizados com uma empresa para comprar 360 camisas e 180 fatos.

Questionada sobre estes gastos, a presidência portuguesa respondeu ao Politico que estava apenas a ser prevenida.

Apesar da pandemia, "não se podia simplesmente desprezar a possibilidade de ter reuniões presenciais em algum momento do futuro próximo", disse a porta-voz da presidência portuguesa, Alexandra Carreira.

Justificando os gastos, adiantou que as camisas e fatos foram comprados para os motoristas contratados para conduzir delegações oficiais de visita a Portugal nos seis meses em que assume a presidência do Conselho Europeu.

A compra dos fatos causou estranheza — "não deveriam os motoristas, que são funcionários do Estado, já ter o fardamento que precisam para levar a cabo as suas funções?", pergunta a publicação.

A principal crítica, porém, está nas centenas de milhares de euros gastos no centro de imprensa em Lisboa, que é praticamente uma "cidade fantasma". O projeto, segundo o Politico, foi entregue a uma empresa que não conseguia um contrato público desde 2011 e cuja experiência anterior era a organização de festivais.

Em resposta, Alexandra Carreira disse que o centro de imprensa tinha de estar disponível e ter condições para receber qualquer jornalista que aparecesse no local.

Questionado pelo SAPO24, o grupo do PS no Parlamento Europeu disse apenas "não temos nenhum comentário", deixando para a Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia (REPER) qualquer explicação.

A ex-eurodeputada Ana Gomes, todavia, já reagiu na sua conta de Twitter dizendo que "isto era bem escusado".

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