Mais um dia complicado no que toca ao mau tempo em Portugal. A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) registou mais de 1200 ocorrências em todo o país, resultantes das condições meteorológicas adversas que se fazem sentir, com destaque para a intensidade do vento e a forte precipitação, que se mantém até domingo. A Proteção Civil voltou a aconselhar condução prudente e vigilância em zonas costeiras.
Em Portugal continental, o IPMA teve de alterar o aviso meteorológico de laranja para vermelho em Santarém. Já em Setúbal, o aviso vermelho foi também prolongado durante a manhã.
A depressão Cláudia infelizmente levou a vida de um casal de 88 anos, que morreram dentro da sua habitação em Fernão Ferro, no concelho do Seixal, na sequência das fortes chuvas que afetaram a região.
O presidente da Câmara do Seixal lamentou as mortes e garantiu que o município está a prestar todo o apoio necessário: “hoje vivemos um dia particularmente difícil no concelho do Seixal. Em meu nome pessoal e em nome de todo o município, expresso o mais profundo pesar e apresento à família e amigos das vítimas as nossas mais sentidas condolências. Estamos a acompanhar de perto tudo o que se passa e a prestar todo o apoio necessário neste momento tão difícil”, refere Paulo Silva, numa nota divulgada na rede social Facebook.
No concelho de Almodôvar, a cobertura metálica do centro cultural em Gomes Aires soltou-se, provocando danos em telhados, sem causar feridos e desalojados, disse fonte da Proteção Civil à Lusa.
No Fórum Algarve, foram registadas inundações esta manhã. Através das redes sociais, as pessoas mostraram o parque de estacionamento do centro comercial em Faro, com trombas de água provocadas pela elevada precipitação. Também em Faro, no edifício onde funciona o Tribunal de Trabalho e outros departamentos judiciais foi hoje afetado com chuva nas salas de trabalho de funcionários e magistrados.
No Estoril, o Estádio António Coimbra da Mota, do Estoril-Praia, ficou inundado esta manhã.
Também houve problemas nos transportes públicos, com a queda de poste e descarrilamento de um comboio na Linha da Beira Baixa, felizmente sem feridos.
A circulação foi interrompida entre Abrantes e Alferrarede devido à “queda de um poste de iluminação”. A linha foi também cortada entre Covilhã e Tortosendo “devido a um descarrilamento”. A CP informou todavia, que “o comboio circulava sem passageiros e não há feridos a registar”.
Também a eletricidade foi afetada, sendo que pelas 21h, a E-REDES dizia que há menos de 300 clientes sem energia e dava a situação por normalizada
“A situação decorrente da depressão Cláudia está normalizada, há menos de 300 clientes afetados”, indicou a E-REDES num comunicado.
Entre 2022 e 2024, a Agência Portuguesa do Ambiente contabilizou prejuízos provocados por inundações que oscilaram, pelo menos, entre 13,37 milhões de euros e 15,72 milhões de euros, avançou o JN. Os números resultam da análise dos eventos de inundação significativos selecionados por este organismo para preparar os Planos de Gestão dos Riscos de Inundações das oito regiões hidrográficas de Portugal continental para 2028/33, que culminaram com a indicação de mais 20 áreas de risco potencial (18 pluviais e duas costeiras). Em muitos casos, os danos não foram apurados, pelo que os valores reais deverão ser muito superiores.
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