A iniciativa, apresentada pela OMS em videoconferência, foi proposta pelo Presidente da Costa Rica, Carlos Alvarado Quesada, que não quis "deixar ninguém para trás" no acesso a um medicamento ou uma vacina para a covid-19, uma doença infecciosa respiratória que se tornou pandémica, afetando países ricos e pobres.

De acordo com a OMS, 37 países, incluindo Portugal, Brasil, Moçambique e Timor-Leste, manifestarem apoio a esta iniciativa, que pretende assegurar o acesso aberto a dados de investigação científica, a resultados de ensaios clínicos e à propriedade intelectual de tecnologia desenvolvida para diagnosticar, prevenir e tratar a covid-19.

Segundo a OMS, a iniciativa salvaguarda que tanto as grandes como as pequenas empresas farmacêuticas tenham licenças para fabricar medicamentos e vacinas e incentiva "a transferência de tecnologia" que permita aumentar a "produção local" de terapêuticas.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, desafiou governos e empresas a juntarem-se a esta plataforma para que "ferramentas" para prevenir, detetar e tratar a covid-19 possam "ser acessíveis a todas as pessoas" e a saúde seja um "bem comum".

O Presidente da Costa Rica sustentou que "a solidariedade" entre governos, indústria e academia "é essencial" para garantir a "aceleração na investigação" sobre a covid-19 e o "acesso universal à tecnologia" que permita "proteger" as pessoas da nova doença e "superar estes tempos difíceis".

Carlos Alvarado Quesada classificou a iniciativa hoje lançada como um "evento histórico para a humanidade".

O presidente do Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, Rui Santos Ivo, que representou Portugal na videoconferência, destacou o contributo da plataforma para o "acesso equitativo" a dados e a tecnologia de saúde direcionada para a covid-19.

Noruega, Bélgica, Holanda, Barbados, Argentina, Chile, Panamá, Peru, México, Honduras, Equador, Uruguai, Paquistão, Indonésia, Egito, Sri Lanka e África do Sul são outros dos países que já aderiram a esta "ação conjunta", impulsionada pela Costa Rica e apoiada pela OMS.

A nível global, de acordo com um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia da covid-19 já provocou mais de 360 mil mortos e infetou mais de 5,8 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Mais de 2,3 milhões de doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 1.383 pessoas das 31.946 confirmadas como infetadas, e há 18.911 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é causada por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.