Em comunicado, a Zero – recordando que no domingo é assinalado celebrado o Dia Mundial para a Preservação da Camada de Ozono – diz que “Portugal continua a falhar completamente na recolha e tratamento dos gases nocivos presentes nos resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos”, que são destruidores da camada de ozono e/ou causadores de efeito de estufa e alterações climáticas.

Baseando-se em dados obtidos junto da Agência Portuguesa do Ambiente, a Zero refere que, “em 2017, apenas foram recolhidas e tratadas 27 toneladas de gases de refrigeração das 322 toneladas destes gases que estão nos equipamentos de frio, como frigoríficos, arcas congeladoras, ares condicionados e outros, o que corresponde a uma recuperação de apenas 8,4 por cento”.

Na opinião da associação ambientalista, as razões que explicam o “fracasso na gestão dos equipamentos de frio quando chegam ao seu fim de vida” passam pela “baixa taxa de recolha destes equipamentos, que, na sua maioria, continuam a ser encaminhados para empresas de sucata, que não estão preparadas para recolher os gases de refrigeração”, pela “grande dificuldade das câmaras municipais em combater o roubo de peças dos frigoríficos com valor económico, como os compressores” e pelo “desaparecimento quase completo dos equipamentos de ar condicionado, que praticamente não chegam às empresas licenciadas para o seu tratamento”.

Ao mesmo tempo, acrescenta a Zero, verifica-se “falta de fiscalização” das empresas que recolhem e encaminham sucata metálica para reciclagem e das empresas que a trituram, bem como um “fraco desempenho das entidades gestoras de Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos na criação de circuitos eficientes de recolha dos equipamentos de refrigeração”.

Perante este “quadro desolador”, a Zero anuncia que vai insistir junto do Ministério do Ambiente para que instrua as entidades competentes a desenvolverem “um programa específico de fiscalização/inspeção das grandes empresas de fragmentação de veículos em fim de vida”, que, por norma, são “o destino final de muitos dos equipamentos de refrigeração”, para que sejam identificados “os operadores de sucata metálica que, à margem da lei, estão a desviar” esses mesmos equipamentos “do seu destino devido”.