“Fazemos um forte apelo a ambas as partes para que se reduza o clima de tensão e para que possam entrar rapidamente num processo de diálogo”, referiu a mesma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros, chefiado por Paulo Rangel.

Os exércitos indiano e paquistanês têm trocado tiros de artilharia ao longo da fronteira disputada em Caxemira após ataques indianos em solo paquistanês em retaliação por um atentado no mês passado.

A tensão entre os dois países vizinhos reacendeu-se a 22 de abril, quando homens armados atacaram a região turística de Pahalgam, na Caxemira indiana, matando 26 civis.

O ataque foi atribuído ao movimento extremista Lashkar-e-Taiba, com sede no Paquistão, e as relações deterioraram-se ainda mais entre estes países vizinhos, rivais desde que se tornaram independentes do Reino Unido, em 1947.

Islamabad rejeitou qualquer ligação ao ataque.

Os dois governos ordenaram a saída dos territórios de cidadãos do Estado vizinho e, ao longo dos dias, foram-se registando incidentes nas fronteiras, com tiros disparados na chamada Linha de Controlo em Caxemira.

Na terça-feira à noite, Nova Deli lançou ataques contra três zonas do Paquistão, que, segundo o Governo indiano, constituíam “locais terroristas”, na província de Punjab.

Poucas horas depois, o Governo paquistanês anunciou ter abatido vários aviões militares indianos e, hoje de manhã, uma sequência de bombardeamentos realizados por Islamabad e Nova Deli provocou pelo menos 38 mortos, no maior confronto dos últimos 20 anos.