O projeto “FINISTERRA - Trajetórias populacionais e dinâmicas culturais dos últimos Neandertais no oeste europeu”, de João Cascalheira, foi selecionado entre 2652 propostas de 24 países, sendo que apenas 313 receberam financiamento, revela a Ualg em comunicado.

Para o investigador do Centro Interdisciplinar de Arqueologia e Evolução do Comportamento Humano (ICArEHB), citado na nota, a bolsa vai abrir portas para que o centro “se torne num dos líderes europeus no estudo da evolução humana e arqueologia pré-histórica”.

Em relação ao projeto, o investigador explica que as hipóteses mais prováveis para a extinção do Homem de Neandertal são a competição com o Homo sapiens, quando esta espécie começou a ocupar, gradualmente, a Europa, ou as muito frequentes e drásticas alterações climáticas que ocorriam naquele tempo.

Para investigar os processos que deram origem a este desaparecimento, uma equipa interdisciplinar, que incluirá a contratação de sete novos investigadores, vai realizar trabalho de campo em vários sítios arqueológicos localizados em Portugal e no Sul de Espanha.

Nestes locais, vão recolher dados para caracterizar vários aspetos da vida dos últimos Neandertais, “incluindo a sua dieta, que utensílios usavam, e em que tipo de ambientes e clima viviam”, dados que serão depois usados “para construir modelos computacionais e estatísticos”.

O nome do projeto, Finisterra, que significa o fim da terra, assume neste projeto um duplo sentido: estando a Península Ibérica no extremo oeste europeu terá sido uma das últimas regiões do continente a ser povoada pelo Homo Sapiens, assim como o último reduto para as populações Neandertais, antes da sua extinção.

“O projeto tem um potencial extraordinário para alcançar resultados inovadores na compreensão de um dos mais importantes pontos de viragem na história da evolução humana. Afinal de contas, os fatores que contribuíram para o desaparecimento dos Neandertais foram responsáveis pelo nosso sucesso em tornarmo-nos atualmente a única espécie a ocupar o planeta Terra”, conclui João Cascalheira.

As bolsas atribuídas ao abrigo do programa ERC Consolidator destinam-se a investigadores em fase de consolidação de equipa, com sete a 12 anos de experiência desde a conclusão do doutoramento.

As ERC Consolidator Grants podem ser premiadas até ao valor de dois milhões de euros, por um período de cinco anos.

Esta é a segunda bolsa ERC atribuída à UAlg e a segunda vez que uma bolsa ERC em Arqueologia é atribuída a Portugal.

O ERC foi estabelecido pela Comissão Europeia em 2007.

Porque o seu tempo é precioso.

Subscreva a newsletter do SAPO 24.

Porque as notícias não escolhem hora.

Ative as notificações do SAPO 24.

Saiba sempre do que se fala.

Siga o SAPO 24 nas redes sociais. Use a #SAPO24 nas suas publicações.