De acordo com o estudo ‘Emigrantes portugueses e seus descendentes no mercado de trabalho’, 79,6% dos emigrantes de segunda geração tinham entre 15 e 39 anos, o que compara com 46,4% e com 47,7% em Portugal e na Europa, respetivamente.
Neste estudo são analisados dados estatísticos europeus do módulo ‘ad hoc’ do Labour Force Survey de 2014 - que inclui todos os países da UE-28, com exceção da Alemanha, Irlanda, Dinamarca e Países Baixos, mais a Noruega e a Suíça - sobre a “Situação dos migrantes e dos seus descendentes diretos no mercado de trabalho”, compilados pelo Eurostat.
O INE sublinha que “o fenómeno emigratório que caracterizou Portugal, particularmente em meados do século XX, a par da recente vaga emigratória da população portuguesa, acentuada com a crise financeira de 2008, justifica a análise e caracterização dos emigrantes portugueses”, da sua situação laboral nos países de acolhimento e as razões que motivaram a sua saída do país.
A investigação revela que a segunda geração de emigrantes era mais escolarizada e tinha um perfil escolar semelhante à média dos países europeus.
Segundo o estudo, 27,4% possuíam ensino superior (26,2% na Europa, 19,3% em Portugal e 11,7% no conjunto dos emigrantes de primeira geração) e 42,5% tinham ensino secundário e pós-secundário, proporção próxima da que se verificava nos países europeus analisados (44,3%), mas bastante acima da observada em Portugal (23,6%).
Porém, o estudo constata “uma notória clivagem etária” entre duas gerações de emigrantes de primeira geração, dos 25 aos 39 anos e dos 55 aos 64 anos.
“Observa-se que a proporção de emigrantes mais jovens com ensino superior é cerca de 10 vezes a dos emigrantes mais velhos, 26,3% e 2,7%, respetivamente”.
Contrariamente, 76,7% dos emigrantes mais velhos têm, no máximo, o 3º ciclo do ensino básico, o que compara com 41,9% dos emigrantes mais jovens, sublinha o estudo, que aponta para “uma mobilidade escolar ascendente da segunda geração de emigrantes face aos seus pais”.
“Independentemente do nível de escolaridade dos pais, os filhos têm maioritariamente um nível de escolaridade secundário/pós-secundário ou superior”, salienta.
Apesar de não ter sido possível definir “um retrato completo do fenómeno emigratório português, pela ausência de informação de importantes destinos europeus da emigração portuguesa, como a Alemanha” e “resto do mundo”, o estudo estima residiam nestes países, me 2014, cerca de 1,7 milhões de pessoas com “’background’ emigratório português” (emigrantes de primeira e segura geração).
Do total de 1,7 milhões de emigrantes, 907,1 mil (52,8%) eram de primeira geração e 812,2 mil (47,2%) de segunda geração.
Estes emigrantes residiam em apenas quinze dos países analisados, com destaque para França (62,6%), Suíça (14,1%), Espanha (9,3%), Reino Unido (7,6%) e Luxemburgo (3,2%).
Mais de um terço (36,6%) tinha idades entre os 25 e os 39 anos (30,2% em Portugal e 30,8% na Europa), enquanto 30,3% tinham entre 40 e 54 anos (34% e 32,9%) e 20% tinha entre 15 e 24 anos (16,2% e 16,9%).
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