O Reino Unido lamentou hoje a falta de progresso nas suas negociações com a União Europeia (UE) para um acordo pós-Brexit após uma nova semana de negociações, pedindo a Bruxelas uma "mudança de abordagem".
“Lamento que tenha sido feito muito pouco progresso para chegar a um acordo sobre as questões pendentes mais importantes”, afirmou o negociador chefe britânico, David Frost, em comunicado. Mesmo assim, disse acreditar que “um acordo” poderá ser alcançado até o final do período de transição, no fim de 2020.
As duas equipas negociadoras concluíram hoje a terceira ronda de negociações, as duas últimas das quais por videoconferência devido às restrições de viagem durante a pandemia covid-19.
Os dois lados permanecem em desacordo numa série de questões como as pesca e o papel dos tribunais na resolução de disputas futuras.
“É difícil perceber por que é que a UE insiste numa abordagem ideológica que torna mais difícil chegar a um acordo benéfico para ambos”, afirmou Frost.
O negociador-chefe da UE, Michel Barnier, também reconheceu hoje que “não houve progresso nas questões mais difíceis”, mostrou-se "desapontado" e lamentou o que considerou a “falta de ambição” do Reino Unido na nova ronda de negociações.
O Reino Unido abandonou oficialmente o bloco de 27 países em 31 de janeiro, mas permanece dentro do espaço económico e regulatório da UE até o final do ano, durante o chamado período de transição.
O acordo de saída entre o Reino Unido e a UE permite que o prazo seja prorrogado por dois anos, mas o governo de Boris Johnson não quer o prolongamento para além de 31 de dezembro.
Resta apenas mais uma ronda, com início a 1 de junho, antes de as duas partes fazerem um balanço, tendo Londres admitido no seu plano abandonar as negociações se não tiver sido feito suficiente progresso.
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