A garantia foi dada hoje à agência Lusa pelo autarca local, Aires Pereira, que não quer que se repita o cenário de domingo, onde centenas de pessoas estiveram a passear na marginal da cidade, desrespeitando os pressupostos decretados pelo estado de emergência.
“Todos nós queremos sair à rua e passear junto ao mar, mas isso não é possível neste momento. As medidas que tomamos serão repetidas já no próximo fim de semana, e sempre que necessário, para limitarmos a vinda de pessoas de fora do concelho e restringir a circulação na marginal, que a partir de sexta-feira já estará fechada”, disse o presidente da Câmara da Póvoa de Varzim.
Segundo a agência Lusa comprovou no local, esta manhã as artérias na zona marginal da Póvoa estavam praticamente vazias, com Aires Pereira a considerar que o sucedido, que teve expressão nacional, fez “corar de vergonha” quem desrespeitou o estado de emergência.
“Para apoiar os profissionais de saúde não basta ir à janela bater palmas, temos mesmo de ficar em casa para evitar mais casos de contágio. Se as pessoas não são capazes de perceber isso ao fim de semana, e só percebem à semana para não ir trabalhar, nós, responsáveis, temos de criar condições para que a lei seja cumprida”, vincou o presidente da autarquia.
Para aplicar estas medidas restritivas de acesso à cidade e de circulação na zona marginal, será, de novo, acionado o apoio da PSP e mobilizados os agentes da Polícia Municipal e Proteção Civil da Póvoa de Varzim.
Na cidade vizinha de Vila do Conde, onde no domingo também se registou uma considerável afluência de pessoas em parte da marginal, a presidente da Câmara Municipal prometeu continuar a implementar medidas para impedir esse fluxo.
“Já há algum tempo fiz circular por todo o concelho um veículo com lonas e uma gravação de voz a passar a mensagem para a população ficar em casa. No domingo, perante o que aconteceu, a nossa Polícia Municipal foi interpelando as pessoas que estavam na marginal para as sensibilizar a regressar a casa e a PSP foi circulando pela cidade a fazer esse mesmo apelo”, explicou à Lusa a autarca vila-condense.
Elisa Ferraz disse “ainda não sentir necessidade de tomar medidas mais restritivas”, nomeadamente de acesso à cidade, mas garantiu que se for necessário “já está articulado com a PSP um plano para ser posto em prática se a situação for a esse extremo”.
Portugal regista 23 mortes pela covid-19, mais nove do que no domingo, e 2.060 pessoas infetadas.
Estão confirmadas nove mortes na região Norte, cinco na região Centro, oito na região de Lisboa e Vale do Tejo e uma no Algarve, revela o boletim epidemiológico divulgado hoje, com dados referentes até às 24:00 de domingo.
Das 2.060 pessoas infetadas pelo novo coronavírus,1.859 está a recuperar em casa, 201 estão internadas, 47 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos.
Comentários