
“Acho que é natural que, na AMP, o primeiro vice-presidente suba à presidência a partir dessa altura, mas não é uma obrigação. Podem os colegas entender fazer um ato eleitoral interno para um outro nome. Não entrei nesse processo”, disse Eduardo Vítor Rodrigues.
O autarca socialista, eleito em 2013 e que foi condenado a perda de mandato pelo crime de peculato de uso, falava aos jornalistas numa conferência de imprensa na qual anunciou que irá apresentar a sua renúncia à presidência da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia (distrito do Porto) em junho.
“Comunicarei à Área Metropolitana em devido tempo, e o devido tempo tem apenas a ver com o dia em concreto. Porque, como sabe, a Área Metropolitana não é uma função, não é um cargo, é uma inerência que eu acumulo. E, portanto, sem perceber o dia exato da apresentação [da renúncia], não faz também muito sentido estar a definir o que é que os outros vão fazer”, referiu já no período reservado a perguntas da imprensa.
Eduardo Vítor Rodrigues, que na presidência da autarquia será substituído pela atual vice-presidente de Gaia, Marina Mendes, disse que na AMP serão os outros autarcas a decidir o que fazer.
“São os outros, já não serei eu. Os colegas, os 17 colegas, 16 neste caso, é que têm que definir (…). Na verdade, estamos a um mês de tudo isto parar, porque depois vêm as férias e vem a campanha eleitoral autárquica. Não acredito que haja necessidade de uma eleição, mas é uma mera opinião estritamente pessoal”, acrescentou.
Com maioria de autarcas do PS, a AMP tem atualmente dois vice-presidentes: Aires Pereira, presidente da Câmara da Póvoa de Varzim (PSD), e Jorge Vultos Sequeira, de São João da Madeira (PS).
Numa decisão conhecida na segunda-feira, o Tribunal Constitucional (TC) confirmou a perda de mandato de Eduardo Vítor Rodrigues, que foi condenado pelo crime de peculato por uso indevido de um carro deste município do distrito do Porto.
A decisão surge na sequência do recurso interposto por Eduardo Vítor Rodrigues para o TC depois de, em outubro de 2024, o Tribunal da Relação do Porto (TRP) ter mantido a condenação de perda de mandato, decidida pelo Tribunal de Vila Nova de Gaia em novembro de 2023.
Fonte da defesa do autarca adiantou então à Lusa que vai apresentar uma reclamação, que, desta vez, será reapreciada em conferência do TC.
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