Segundo a publicação, a investigação é conduzida pelo Ministério Público do estado do Rio de Janeiro e iniciou-se após o órgão receber informações de uma colaboração premiada (acordo em que um investigado confessa crimes em troca da redução da pena) de um ‘doleiro’ (pessoa que faz o câmbio de moedas estrangeiras) Sérgio Mizhay, preso no ano passado.

O esquema ilícito terá sido operado pelo empresário Rafael Alves, irmão do presidente da Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur), Marcelo Alves.

O jornal adianta que o prefeito de câmara do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, também é alvo da investigação.

No acordo de colaboração, Mizhay afirmou que Rafael Alves ajudou Crivella a viabilizar a doação de recursos para a sua campanha eleitoral em 2016 e obteve em troca a nomeação de seu irmão Marcelo Alves para presidir à Riotur.

Os irmãos teriam criado e operado um “balcão de negociação de subornos” dentro da prefeitura do Rio de Janeiro.

O jornal O Globo refere que procurou obter respostas junto da autarquia e de Rafael Alves antes de publicar a reportagem, mas ambos não se pronunciaram sobre as acusações.

Hoje, Marcelo Crivella defendeu-se das acusações afirmando, numa publicação na rede Twitter, que é alvo de uma “perseguição do jornal O Globo”.

“As pessoas já sabem muito bem que a atual gestão da Prefeitura do Rio vem sofrendo uma agressiva perseguição por parte de O Globo. O veículo, que se diz ‘jornal’, é, na verdade, um panfleto político, quando seus interesses comerciais não são atendidos”, escreveu Crivella, do partido Republicanos (centro-direita).

A mensagem foi acompanhada de um vídeo no qual o prefeito de câmara diz que a imprensa brasileira tenta “através de ameaças e chantagens que a prefeitura ceda às suas ambições em publicidade”.

“A partir de agora, a prefeitura do Rio de Janeiro ignora todos os pedidos vindos deste panfleto político conhecido como O Globo. Todos os jornais do país terão de nós o prestígio, a resposta, menos o jornal O Globo”, concluiu Crivella.