De acordo com o júri, Doshi, primeiro indiano a ser distinguido com o Pritzker, foi escolhido por ter sabido "interpretar a arquitetura, e transformá-la em construções que respeitam a cultura oriental, melhorando a qualidade de vida na Índia".

Arquiteto, urbanista e professor, nascido em Pune, na Índia, em 1927, foi distinguido igualmente pela sua "excecional arquitetura", o "compromisso e dedicação ao país de origem e comunidades", pela "influência como professor" e "excelente exemplo para profissionais e estudantes de todo o mundo".

Estudante e colaborador dos arquitetos Le Corbusier e Louis Kahn, o galardoado tem uma prática da arquitetura considerada poética pelos seus pares, e baseada em influências das culturas orientais, que resultou numa obra que "tocou vidas de todas as classes sócio económicas de um amplo espetro de programas desde a década de 1950 ", escreveu o júri na sustentação da escolha.

Doshi iniciou seus estudos de arquitetura em 1947, ano da independência do seu país, viveu depois em Londres, mudou-se para a França para trabalhar com Le Corbusier e, posteriormente, voltou para a Índia para supervisionar trabalhos de Le Corbusier em Chandigarh e Ahmedabad, nomeadamente o Edifício da Associação de Proprietários de Moinhos (1954), e a Casa Shodhan (1956).



Também trabalhou com Louis Kahn no Instituto Indiano de Gestão em Ahmedabad, que teve início em 1962, mas já tinha fundado o seu escritório - Vastushilpa Consultants - em 1956.

Em 1978, Balkrishna Doshi fundou a Fundação Vastushilpa para Estudos e Pesquisa em Projeto Ambiental, com vista a desenvolver abordagens de planejamento e projeto adequadas ao contexto cultural indiano.

Desenvolveu o projeto de Habitação de Baixa Renda Aranya, em Indore, concluído em 1989, com uma rede de casas, pátios e percursos internos que deu habitação a mais de 80.000 pessoas de baixa e média renda, o que rendeu a Doshi o Prêmio Aga Khan de Arquitetura de 1993-1995.

O Pritzker, equiparado ao Prémio Nobel no campo da arquitetura - no valor monetário de 100 mil dólares (80 mil euros) e uma medalha de bronze - é atribuído desde 1979, e distinguiu já arquitetos como os portugueses Álvaro Siza e Eduardo Souto Moura, e ainda Rem Koolhaas, Frank Gehry, Peter Zumthor, Zaha Hadid, Oscar Niemeyer, Norman Foster, entre outros.

O júri deste ano foi presidido por Glenn Murcutt, e ainda composto por Stephen Breyer, André Aranha Corrêa do Lago, The Lord Palumbo, Richard Rogers, Sejima Kazuyo, Benedetta Tagliabue, Ratan N.Tata, Wang Shu e Martha Thorne.


Última atualização às 16:38