Numa nota enviada à Lusa, a candidata defendeu que o Presidente da República “deverá naturalmente tirar consequências das previsões hoje feitas pelos especialistas” na reunião do Infarmed, na qual participou por videoconferência.
“Face aos dados hoje revelados imagino que também a Assembleia da República deva ponderar uma iniciativa no sentido do eventual adiamento das eleições presidenciais para data que permita a participação democrática e segura dos cidadãos e uma maior afluência às urnas sem riscos de saúde”, refere.
A candidata considera que não lhe compete tomar essa iniciativa, mas sim aos deputados e ao Presidente da República.
“A mim, compete-me chamar a atenção para a gravidade da situação apontada pelos especialistas. Desde já adianto que não me oporei a um eventual adiamento das eleições presidenciais. Não o desejo - mas não me oporei”, refere.
A antiga eurodeputada do PS assegura que estará de acordo “se os órgãos democráticos competentes entenderem que o adiamento das eleições presidenciais (para um período de maior normalidade) contribui para uma maior participação nas eleições e para diminuir os riscos de segurança sanitária, isto é, para valorizar o ato eleitoral e a qualidade da democracia”
“Repito, não o desejo - mas não me oporei”, sublinhou a candidata numa posição enviada à Lusa e sintetizada num vídeo divulgado na sua conta de Twitter, que foi retirado por alguns minutos, mas depois novamente publicado.
Na mesma nota, a candidata considera “extremamente preocupantes” os dados a que hoje teve acesso na reunião com os especialistas, no Infarmed, e revela que ficou “chocada” com as previsões dos especialistas, “em particular as que apontam que o número de óbitos diários irá continuar a aumentar e o número de novos casos de covid poderá triplicar até ao final de janeiro”.
“Saí convencida de que se tornou inevitável um novo período de confinamento”, afirmou, defendendo que “só com o empenhamento de todos” será possível inverter a situação.
No plano político, a candidata considerou igualmente “muito preocupante” que esta evolução da pandemia “vá abranger o período de campanha e a própria data das eleições”, 24 de janeiro.
“O senhor Presidente da República deverá naturalmente tirar consequências das previsões hoje feitas pelos especialistas”, afirmou a candidata, que tem acusado Marcelo Rebelo de Sousa de ter marcado tardiamente as eleições presidenciais.
Questionada sobre a evolução da campanha de Ana Gomes e se a candidata já tinha indicações das autoridades sanitárias sobre um eventual isolamento devido ao debate no sábado com Marcelo Rebelo de Sousa, fonte da candidatura respondeu que a antiga eurodeputada se encontrava “em casa a aguardar mais informações” sobre a condição do Presidente e recandidato, bem como “indicações da Direção-Geral de Saúde”.
Comentários