Rui Ribeiro falava na sua tomada de posse como presidente da ANSR, que decorreu no Ministério da Administração Interna, em Lisboa, após ter presidido à entidade em regime de substituição.
Afirmando estar consciente dos "enormes e exigentes desafios que o futuro coloca com a mobilidade sustentável e os veículos autónomos, que obrigam a uma revisão do quadro legislativo do processo contraordenacional", Rui Ribeiro considerou imperativo "adequar a estrutura da ANSR, dotando-a das condições necessárias ao cumprimento da missão".
" A concretização da estratégia da ANSR passa necessariamente por uma revisão do quadro orgânico que promova a descentralização das competências da presidência e uma maior autonomia administrativa e financeira desta autoridade", afirmou Rui Ribeiro no seu discurso de tomada de posse.
A sinistralidade rodoviária, disse, "é um problema de saúde pública, de responsabilidade coletiva e um desígnio de todos", observando que "os acidentes rodoviários são a primeira causa de morte no mundo, na faixa etária dos cinco aos 29 anos, representando anualmente mais de 1,35 milhões de vítimas".
Apesar de Portugal ter feito "significativos avanços nos últimos anos", passando de 2.321 vitimas registadas mortais em 1990 para 474 o ano passado, o que representa 0,6 mortos por cada milhão de veículos em circulação.
"Não podemos continuar a conviver com uma realidade que só pode ser combatida se exigir um claro compromisso dos decisores nas entidades publicas e privadas e de toda a sociedade. Não é tolerável que se percam vidas nas estradas", referiu.
O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, destacou que a segurança rodoviária "é uma das área de maior impacto social na vida das populações, para a qual se olha com naturalidade, mas que é absolutamente inaceitável", apesar dos resultados positivos alcançados nas últimas décadas.
"Temos hoje muito mais veículos na estrada e temos, felizmente, um número de mortos que é cerca de 25% menos do que se verificava há 20 anos", lembrou o ministro, destacando que Portugal foi, na última década, o quarto melhor pais da União Europeia na redução do número de vítimas mortais.
"Não nos conformamos com este resultado alcançado nos últimos anos. Um pais que se indigna com cerca de 100 homicídios por ano, um dos valores por habitantes mais baixos do mundo, não pode tolerar, achando inevitável, ter cinco vezes mais mortos nas estradas", frisou Eduardo Cabrita.
Para o ministro, os grandes desafios da nova direção da ANSR é concluir a execução de medidas do PENSE (Plano Estratégico Nacional de Segurança Rodoviária) 2020, que termina daqui a seis meses, e começar a construir o PENSE 2030, algo que considerou serem "objetivos muito ambiciosos para a segurança nas estradas".
"A próxima década será marcada por uma radical alteração no tipo de veículos e no modo da sua utilização, por exemplo os veículos autónomos que já não são ficção científica e que exigem novos objetivos estratégicos ", observou o governante.
Na mesma cerimónia também tomou posse a vice-presidente da ANSR, Ana Sofia Tomás.
Comentários